Economia / Nordeste

Nordeste tem mais de 1 milhão de empresas com dívidas em atraso

Bahia é o estado com mais negócios com contas em atraso na região

Dados do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian mostram que o Nordeste somou 1.074.739 empresas inadimplentes em janeiro de 2023. O destaque da região ficou com a Bahia com mais negócios com contas atrasadas no período (331.549). 

2023 começou com cerca de 12 mil empresas a menos no cadastro de inadimplência em comparação com o mês anterior. O total passou de 6,44 em dezembro de 2022, mês em que o recorde do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian foi alcançado, para 6,42 em janeiro. Os dados mostram que a maior parte das dívidas foram contraídas no segmento “Outros”, que engloba Indústrias, Terceiro Setor e Primário.

Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a movimentação financeira de dezembro trouxe mais fôlego em janeiro. “É característico do final do ano as pessoas estarem mais dispostas a gastarem, principalmente pelo pagamento do 13º salário. Como consequência, os caixas das empresas melhoram e isso pode explicar a melhora do cenário de inadimplência dos negócios no país”.

O total de dívidas dos 6,42 milhões de negócios inadimplentes registrado em janeiro foi de 45,6 milhões com valor de R$ 110,8 bilhões. Desde julho de 2021, a média é de 7,1 dívidas por empresa.

A análise nacional mostra também que 53,6% das empresas negativadas eram do setor de Serviços, 37,4% do Comércio e 7,7% da Indústria. Empresas do setor Primário representam 0,8% e Outros, que engloba Financeiro e Terceiro Setor, fechou o ranking com 0,4%.

O recorte do Indicador de Inadimplência das Empresas por Unidades Federativas (UFs) revela que, em janeiro, três estados do Sudeste lideraram o ranking: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, respectivamente

O número de MPEs inadimplentes passou de 5,73 milhões em dezembro de 2022 para 5,72 em janeiro de 2023, cujo total de dívidas negativadas foi de 39,4 milhões e valor total de R$ 89,5 bilhões.

Casos notórios como a Americanas, que pediu recuperação judicial em 2023, Pan Produtos Alimentícios, já em recuperação judicial pediu a autofalência e a Livraria Cultura que também já  teve a falência decretada e suspendida temporariamente, acendem ainda mais o alerta dos empreendedores.

De acordo com o mentor empresarial e especialista em neurolinguística, Gustavo Medeiros, diversos fatores contribuem para a situação, mas existem alguns cuidados que podem ajudar a evitar a situação.

“O período pós-pandemia, mudanças nos padrões de consumo, crises econômicas, sociais, políticas e diversos outros fatores externos podem influenciar o aumento da falência de empresas”.

“Para proteger a sua empresa dessa problema é fundamental ter bastante organização financeira, tudo deve ir para a ponta do lápis e ser analisado imediatamente para evitar “rombos secretos” que só vão ser descobertos quando já é tarde, mas além disso, é necessário ter uma visão horizontal e perceber as mudanças que o consumidor tem passado atualmente e busca adequar a sua empresa e produtos para atender a essa demanda, o investimento em tecnologia, por exemplo, é fundamental”, explica.

“Em um cenário de instabilidade como esse é hora de mais do que nunca focar no diferencial da sua empresa, por que um consumidor escolheria você e não o seu concorrente?", alerta Gustavo Medeiros.