As praias, piscinas, lagoas, açudes ou rios nem sempre são lembrados pela diversão ou trabalho. Em onze anos, familiares e amigos de quase 57 mil pessoas viveram o luto da morte por afogamento no Brasil. Mais de 32% das mortes foram no Nordeste.
Os dados disponibilizados pelo DataSUS, e analisados pela Agência Tatu, são de janeiro de 2010 a dezembro de 2020. Neste período, o Brasil registrou 56.894 óbitos por afogamento. A região com maior número de casos é o Nordeste, com 18.227 óbitos, e na sequência o Sudeste, com 17.914.
O período do ano em que mais acontecem os afogamentos coincide justamente com o verão e férias, entre dezembro e abril. Só em janeiro, foram quase duas mil mortes registradas no Nordeste. Os meses de junho, julho e agosto, período mais frio na região, têm os menores números.
Os dados mostram ainda que a maioria das vítimas tem entre 20 e 49 anos. Os óbitos registrados com essa faixa etária representam mais de 48% de todos os casos no Nordeste.
O número de ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros de Alagoas em situações de afogamento entre janeiro de 2022 e janeiro de 2023 apontam para um aumento de 155%. Os dados mais recentes também confirmam o que a estatística histórica do DataSUS apresenta, que esse é o mês que mais concentra casos de afogamento.
A falta de atenção aos cuidados e o consumo de bebida alcoólica são os maiores vilões, como pontua a assessora de Comunicação do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas, major Viviane Suzuki. “Afogamento não é considerado acidente, porque é uma situação totalmente evitável”, reforça.
Orientações do Corpo de Bombeiros para evitar afogamentos:
-- Antes de tomar banho em praia, rio ou adentrar em outro meio aquoso, conhecer a região e suas características;
-- Não ingerir bebida alcoólica antes de nadar;
-- Não entrar no local aquoso sozinho;
-- Se for fazer atividade em ambiente aquático, não se deve fazer alimentação pesada, mas priorizar frutas e opções saudáveis para evitar mal-estar;
-- Não confiar em boias ou outros acessórios de flutuação que não seja o colete salva-vidas;
-- Usar colete em qualquer transporte ou esporte aquático;
-- Criança não deve passar da linha da cintura com água, deve estar acompanhada de um adulto responsável e, se o local contar com um posto de guarda-vida, pedir orientação e pulseira de identificação;
-- Se usar piscinas portáteis, esvaziar e desmontar depois do uso, além de não deixar balde, bacia ou outro recipiente com água ao alcance de criança;
-- Não permitir que crianças nadem em piscinas sem proteção nos ralos contra a sucção;
-- Se mesmo com as orientações, houver situação de risco, chamar o apoio da unidade mais próxima do Corpo de Bombeiros ou ligar no 193.