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OMS diz que fim da pandemia do coronavírus "pode estar próximo"

Emergência para a doença foi declarada em 30 de janeiro de 2020

Foto: Ismail Taxta | Unicef
OMS: "ainda não é hora de declarar vitória"

O diretor geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, disse nesta quarta-feira (19 de outubro) que o fim da pandemia de Covid-19 pode estar próximo. Segundo a agência de saúde da ONU, o número de mortes semanais relatadas caiu para o menor nível desde março de 2020.

Tedros Ghebreyesus afirmou que o mundo nunca esteve em “melhor posição para acabar com a pandemia”, mas alertou que ainda não é hora de declarar vitória.

Ele também destacou que se o mundo não aproveitar a oportunidade agora ainda há risco do surgimento de mais variantes, aumento de mortes, interrupções e incertezas.

Assim, o chefe da OMS afirmou que o momento é ideal para “aproveitar a oportunidade” e implementar estratégias para acelerar o fim da crise sanitária.

A OMS divulgou seis recomendações, com base nas evidências e na experiência dos últimos 32 meses, descrevendo o que funciona melhor para salvar vidas, proteger os sistemas de saúde e evitar perturbações sociais e econômicas.

Tedros explica que as medidas são um apelo urgente para que os governos analisem suas políticas e as fortaleçam para lidar com a Covid-19 e futuras doenças com potencial pandêmico.

Os documentos, que estão disponíveis online, incluem orientações sobre vacinação da maioria dos grupos de risco, testes e sequenciamento contínuos do vírus e integração de tratamento eficaz para Covid-19 nos sistemas de saúde primários.

Eles também pedem às autoridades que tenham planos para futuros surtos, incluindo a garantia de suprimentos, equipamentos e profissionais de saúde extras.

Os textos também possuem sugestões para comunicação, incluindo treinamento de profissionais de saúde para identificar e lidar com informações erradas, além de criar materiais informativos de alta qualidade.

Tedros ressaltou que a OMS está trabalhando desde o Réveillon de 2019 para lutar contra a propagação do Covid-19 e seguirá com o compromisso até que a pandemia “verdadeiramente termine”.

Para ele, é possível acabar com essa pandemia de forma conjunta, com o engajamento de todos os países, fabricantes, comunidades e indivíduos aproveitando essa oportunidade.

Cenários possíveis

A líder técnica da OMS para a Covid-19, Maria Van Kerkhove, destacou que o vírus ainda está “circulando intensamente” em todo o mundo e que a agência acredita que os números de casos relatados são subestimados.

Segundo ela, são esperadas ondas futuras de infecção, potencialmente em diferentes momentos em todo o mundo, causadas por diferentes subvariantes do Ômicron ou mesmo diferentes variantes de preocupação.

No entanto, ela disse, essas ondas futuras não precisam se traduzir em “ondas fatais”, porque agora existem ferramentas eficazes, como vacinas e antivirais especificamente para a doença.

Histórico da pandemia 

Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China. Tratava-se de uma nova cepa (tipo) de coronavírus que não havia sido identificada antes em seres humanos.

Uma semana depois, em 7 de janeiro de 2020, as autoridades chinesas confirmaram que haviam identificado um novo tipo de coronavírus. Os coronavírus estão por toda parte. Eles são a segunda principal causa de resfriado comum (após rinovírus) e, até as últimas décadas, raramente causavam doenças mais graves em humanos do que o resfriado comum.

Ao todo, sete coronavírus humanos (HCoVs) já foram identificados: HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, SARS-COV (que causa síndrome respiratória aguda grave), MERS-COV (que causa síndrome respiratória do Oriente Médio) e o, mais recente, novo coronavírus (que no início foi temporariamente nomeado 2019-nCoV e, em 11 de fevereiro de 2020, recebeu o nome de SARS-CoV-2). Esse novo coronavírus é responsável por causar a doença Covid-19.