Bombeiro carrega nas costas um bebê de dois anos
O número de mortes causadas pelo terremoto no sudoeste da China subiu para 82, de acordo com a última atualização das autoridades locais nesta quinta-feira, 8 de setembro.
Em um dia, oito mortes foram confirmados. O abalo sísmico de magnitude 6,6 na escala Richter ocorreu na segunda-feira, 5, na província de Sichuan. Equipes de resgate reforçam buscas na região.
Entre os mortos, 46 foram registrados na cidade de Ganzi, e 36 na região de Ya'an.
Segundo a mídia estatal, há ainda 35 pessoas desaparecidas e o número de feridos chega a 270.
A China mobilizou mais de 10 mil membros das forças de resgate, incluindo soldados, bombeiros e médicos, e nove helicópteros para ajudar nos esforços de resgate.
Homens do Corpo de Bombeiros vasculham os escombros das casas para encontrar sobreviventes. Diversos edifícios foram danificados e as ruas ficaram repletas de detritos.
Ao menos 11 mil pessoas foram evacuadas da área e existem cerca de 500 pontos de riscos geológicos, como deslizamentos de terra e desmoronamentos de estradas.
O terremoto ocorreu às 12h52 (1h52 em Brasília) na segunda, a uma profundidade de 10 quilômetros. Mais de 50 mil pessoas já foram retiradas de áreas consideradas de risco.
O Departamento Meteorológico informou que as regiões afetadas pelo tremor devem receber tempestades nesta quinta e sexta-feira As equipes têm trabalhado no monitoramento e alerta de deslizamentos de terra.
Segundo a mídia local, a Administração Espacial Nacional da China ativou um mecanismo civil de resposta a emergências e providenciou 10 satélites para capturar imagens das áreas mais atingidas pelo terremoto para fornecer mais informações às forças de resgate.
As autoridades informaram ainda que o terremoto de segunda-feira e outros tremores secundários que ocorreram nos dias posteriores danificaram algumas estradas, dificultando o acesso das equipes de resgate às áreas mais atingidas. Estradas de três aldeias e vias que dão acesso a 14 mil pessoas, além de 11 linhas de energia ainda estavam em reparo.
Os serviços meteorológicos do país asiático alertaram que as áreas atingidas pelo terremoto poderão sofrer com "chuvas significativas" até esta quinta-feira (8) e que deslizamentos de terra poderão dificultar o trabalho das equipes de resgate.
Os ministérios das Finanças e Gestão de Emergências da China alocaram 50 milhões de yuans (o equivalente a pouco mais de R$ 38 milhões) para apoiar os esforços de resgate e socorro.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, agradeceu também o apoio de outros países.
Conforme especialistas, um terremoto de magnitude 6 significa que a maioria das pessoas afetadas não consegue ficar em pé de forma estável durante o abalo, podem ocorrer rachaduras nas paredes e a queda de telhas e chaminés.
Esse é o terremoto mais intenso, desde 2017, na província de Sichuan, que está localizada em uma área com atividade sísmica frequente.
Em 2008, a região já foi palco de um terremoto com magnitude de 8 graus que deixou mais de 90 mil mortos e desaparecidos.
Sichuan sofreu nos últimos cinco anos 455 terremotos de magnitude igual ou superior a 3 e cinco terremotos de magnitude 6, os mesmos que o terremoto ocorrido na segunda-feira.
A China é um alvo frequente de terremotos, principalmente o sudoeste por ser sismicamente ativo. Segundo o USGS, um tremor de 4,6 graus na escala Richter atingiu o leste do Tibete menos de uma hora após o de Sichuan.
Em 2008, um terremoto de 8,0 graus no condado de Wenchuan, em Sichuan, deixou dezenas de milhares de mortos e provocou enormes danos na região.