Saúde

Especialista alerta para os perigos da automedicação

Dados apontam índices alarmantes do uso indevido de medicamentos para alívio rápido de sintomas de doenças

Foto: Divulgação
Automedicação

Ingerir medicamentos sem prescrição médica para o alívio imediato de alguns sintomas é uma prática comum entre os brasileiros e pode trazer danos graves à saúde. Para muitos especialistas o uso inadequado de remédios apresenta o surgimento de outros problemas de saúde, além da ineficácia em vários casos. Segundo uma pesquisa divulgada em 2019 pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), 77% da população faz autoconsumo de medicamentos, sendo que quase metade (47%) se automedica pelo menos uma vez por mês e um quarto (25%), todo dia ou pelo menos uma vez por semana.

Adriana Leal, farmacêutica do Leme, medicina diagnóstica da Dasa, explica que essa cultura da automedicação representa um grande risco à saúde, visto que a população em geral não tem o conhecimento dos possíveis danos do fármaco utilizado. “É preciso ter bastante cuidado, pois a automedicação, que consiste no ato de ingerir medicamentos por conta própria, pode mascarar doenças, além de poder causar interações medicamentosas e até mesmo intoxicações. Importante ressaltar que a população não possui informações seguras provenientes de uma orientação profissional para saber se a medicação é apropriada aos sintomas que está apresentando, pois os medicamentos quando utilizados de forma aleatória podem trazer problemas desde alergias a comprometimentos cardíacos, gástricos, hepáticos e renais”, esclarece a farmacêutica. 

A especialista também conta que outro ponto que precisa de atenção é no intervalo entre as doses e o tempo de uso adequado que devem ser respeitados para que a medicação atinja seu melhor efeito com menor risco. “O uso eficiente das medicações ajuda na redução e riscos de possíveis efeitos colaterais e intoxicações”, aponta.

Para Leal, o acompanhamento do médico é fundamental não somente para a indicação do medicamento como para a efetividade no tratamento de doenças. “Importante ressaltar para a população que antes de se automedicar, procure o profissional médico para que seja prescrito a medicação adequada para o quadro clínico e que neste momento procure esclarecer todas as dúvidas quanto a dosagem e tempo de uso e em casos de reações adversas procure o médico para que o mesmo possa atuar com medidas apropriadas”, recomenda a farmacêutica.