Mesmo com a pandemia recuando, o Brasil ainda enfrenta falhas no fornecimento de remédios para doenças que precisam de constante controle, como a epilepsia.
A Associação Brasileira de Epilepsia tem recebido relatos de todo o País sobre falta de medicamentos no SUS, entre eles o Levitiracetam, Clobazan, Valproato de Sódio, Topiramato, Fenobarbital, Oxacarbazepina, entre outros.
Com os números subindo e a busca por contribuir com a regularização da distribuição dos medicamentos relacionados com o tratamento da epilepsia, a ABE ampliou os canais de denúncia e abriu o atendimento pelo WhatsApp.
O Movimento Medicação na Hora Certa para Epilepsia da ABE, em ação desde abril de 2021, atua como ponte entre o governo e os cidadãos. Para a Presidente da Associação Brasileira de Epilepsia, Maria Alice Susemihl, nem todos têm a consciência dos seus direitos e passam a comprar remédios com recursos próprios.
“A pessoa com epilepsia precisa se reconhecer como sujeito de direitos e a ideia da iniciativa é justamente convocar o protagonismo da população. Nossa missão é coletar as denúncias de forma prática e imediata. Através do movimento e da campanha nas redes sociais, estamos pedindo que as pessoas denunciem”, afirma.
Para denunciar a falta de medicamentos no SUS para o tratamento de Epilepsia, basta preencher o formulário no link: https://forms.gle/UjgYd8CAziRLq36u7, também disponível no canal do Instagram da ABE. “Identificando as demandas negligenciadas, vamos contribuir com a viabilização do direito dessas pessoas, cobrando o governo. Infelizmente, em função da morosidade do atendimento, as faltas de logística e de distribuição estão resultando no agravamento das condições de saúde das pessoas com epilepsia, e é por isso que precisamos enfrentar a situação de frente com esforços organizados”, comenta.
O atendimento para dúvidas ou ajuda, pode ser feito de segunda à sexta-feira, em horário comercial, pelo WhatsApp: (11) 94466-7415.
A ABE é uma Associação sem fins lucrativos que se estabeleceu como organização para divulgar conhecimentos acerca dos tipos de epilepsia, disposta a promover a melhora da qualidade de vida das pessoas que convivem com a doença. Integra o International Bureau for Epilepsy e é composta por pessoas que têm epilepsia, familiares, neurologistas, nutricionistas, advogados, assistentes sociais, pesquisadores e outros profissionais.
Atua formando grupos de autoajuda, facilitando a reabilitação profissional, lutando pelo fornecimento regular de medicamentos nos postos de saúde e hospitais públicos, além de batalhar, incansavelmente, pelo bem-estar das pessoas que convivem com a doença e pelo fim dos estigmas e preconceitos sociais.
Audiência
Nesta terça-feira (17 de maio), está agendada uma audiência com representante do Ministério Público Federal para apresentação da gravidade do cenário e discussões sobre o que pode ser feito para solução deste problema que afeta milhares de pacientes.
Participarão do encontro virtual a presidente da ABE, Maria Alice Susemihl; o médico neurologista e vice-presidente da ABE, Lécio Figueira Pinto; a advogada Andreia Varella, e a procuradora Ana Carolina Previtalli.
O pedido para a reunião foi protocolado em março deste ano e a resposta de confirmação da agenda aconteceu na última semana, período em que a equipe da ABE foi à Assembleia Legislativa de São Paulo com a mesma finalidade.