As Nações Unidas calculam que mais de 870 mil pessoas já tenham retornado à Ucrânia após terem deixado o país desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro.
No último boletim sobre o país, o Escritório da ONU para Assistência Humanitária, Ocha, ressalta preocupações com a piora da segurança alimentar.
O Serviço de Guarda de Fronteira informou ao Ocha que, em média, 30 mil pessoas estão voltando à Ucrânia por dia. A maioria são mulheres com crianças, e idosos, ao contrário do que acontecia no início da escalada quando grande parte eram homens.
O maior destino dos que deixaram a Ucrânia foram nações vizinhas como Polônia, Romênia, Hungria, Eslováquia e Moldávia.
Para o Ocha, a volta para a Ucrânia pode continuar aumentando, potencialmente criando desafios para a resposta humanitária.
As pessoas precisarão de apoio para se reintegrar em suas comunidades ou encontrar áreas anfitriãs adequadas se o retorno para suas casas não for mais viável.
Medidas urgentes
A comunidade humanitária anunciou ter alcançado 2,1 milhões dos 12 milhões de necessitados.
O apelo de emergência de US$ 1,1 bilhão foi financiado em 64%.
Em nota separada, agências das Nações Unidas pedem medidas urgentes para proteger cerca de 1 mil trabalhadores marítimos e os 100 navios retidos em portos e águas próximas da Ucrânia desde o início do conflito.
Entre os assinantes da petição estão os chefes da Organização Internacional do Trabalho, OIT, da Organização Marítima Internacional, OMI, e da Agência da ONU para Refugados, Acnur.
As embarcações estão em locais que incluem a cidade sitiada de Mariupol e o Mar de Azov.
Além do perigo de possíveis bombardeios, a carta ressalta que nos navios faltam alimentos, combustível, água potável e outros suprimentos vitais.
A situação dos funcionários marítimos de muitos países “está se tornando cada vez mais insustentável, apresentando graves riscos à sua saúde e bem-estar”.
O pedido feito pelas agências exige medidas urgentes para ajudar o reabastecimento dos navios em questão com os suprimentos vitais necessários para os trabalhadores marítimos a bordo.
As Nações Unidas estimam que mais de 4,7 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da guerra. Outros 7 milhões vivem como deslocados dentro do país.