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Covid: entrega de vacina é 'escandalosamente desigual'

A primeira dose ainda não chegou a 3 bilhões de pessoas

Foto: Jake Verzosa | Unicef
OMS destaca momento "monumental" na luta contra a doença

Mais de seis milhões de pessoas já morreram em todo o mundo desde que a pandemia foi declarada em 11 de março de 2020.

O secretário-geral das Nações Unidas alertou que seria um “erro grave” pensar que a crise acabou.

Em mensagem, António Guterres considera preocupante que cerca de 3 bilhões de pessoas ainda estejam aguardando pela primeira dose da vacina.

O chefe das Nações Unidas ressalta que, há dois anos, a vida das pessoas ao redor do mundo foi interrompida pelo vírus.

Ele destaca que a expansão rápida e implacável em todos os cantos do mundo, “parando economias, sufocando redes de transporte e cadeias de suprimentos, fechando escolas, separando pessoas de seus entes queridos e mergulhando milhões de pessoas na pobreza”.

António Guterres indica que o coronavírus foi a motivação tomar medidas de saúde pública sem precedentes e a desenvolver e enviar vacinas de forma extraordinariamente rápida permitindo que muitas partes do mundo pudessem controlar o problema.

Casos e mortes

Pelo menos 446 milhões de casos e mais de 6 milhões de mortes foram registrados desde o início da pandemia, havendo uma quantidade “incontável de pessoas lutando com a piora da saúde mental”.

Outro motivo de apreensão do chefe da ONU é o que chama de distribuição “escandalosamente desigual” de imunizantes.

Já diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, lamentou o fato de o vírus ainda estar evoluindo e aparecendo em algumas partes do mundo.

Tedros Ghebreyesus declarou pandemia seis semanas depois da doença ter sido elevada a emergência de saúde pública de interesse internacional, em 30 de janeiro de 2020. A descoberta da Covid-19 foi notificada pela China e fora do país havia menos de 100 casos e nenhum óbito.

Para o chefe da OMS,  embora os casos e as mortes globais estejam diminuindo e vários países tenham levantado as restrições, a pandemia está longe do fim.

O diretor da agência da ONU destacou que a crise não terminará em nenhum lugar até que termine em todos.

Na semana passada, a região do Pacífico Ocidental notificou mais 46% de novos casos, ou um total de 3,9 milhões de infectados.

A evolução é acompanhada por “obstáculos na distribuição de vacinas, testes e tratamentos em todos os lugares em que são necessários”.

Tedros Ghebreyesus fez um alerta sobre a recente queda nas taxas de testes efetuados “que deixou o planeta às cegas em relação ao efeito da Covid-19”.

Com a dificuldade foi reduzida a “capacidade de ver onde o vírus está, como está se espalhando e como está evoluindo”.

Em nível global, o total de novos casos diminuiu 5%, enquanto o número de mortes caiu 8% comparado à semana anterior.