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Guerra entre Ucrânia e Rússia chega à Internet e tira sites do ar

Mídias sociais impõem restrições

Os sites do presidente russo (en.kremlin.ru), do governo (government.ru) e da câmara baixa do parlamento da Duma Estatal saíram do ar. Não ficou imediatamente claro o que causou o problema. Questionado se o site do Kremlin havia sido atingido por um ataque, o porta-voz do Kremlin disse à agência de notícias Interfax que achava que a plataforma estava funcionando normalmente.

No Brasil não se conseguia acesso aos sites, neste sábado (26 de fevereiro).

O vice-primeiro-ministro da Ucrânia para a transformação digital, Mykhailo Fedorov, convocou nas redes sociais voluntários de tecnologia de todo o mundo para atacar os principais sites do governo e empresas russas neste sábado, 26.

No Twitter, Fedorov afirmou que estava formando um "Exército de TI da Ucrânia" e inseriu um link que direciona para um canal do Telegram sobre "tarefas operacionais".

Ataques cibernéticos e dificuldades de acesso à internet preocupam os países da Leste Europeu em meio ao acirramento do conflito entre Rússia e Ucrânia. 

Um software destrutivo recém-descoberto que circula na Ucrânia atingiu centenas de computadores, de acordo com pesquisadores da empresa de segurança cibernética ESET, parte do que autoridades ucranianas disseram ser uma onda crescente de hacks direcionados ao país.

A empresa disse no Twitter que o programa de limpeza de dados foi instalado em centenas de máquinas no país, um ataque que provavelmente estava em andamento nos últimos dois meses.

Vikram Thakur, da empresa de segurança cibernética Symantec, que também está investigando o incidente, disse à Reuters que as infecções se espalharam para fora da Ucrânia. "Vemos atividade na Ucrânia e na Letônia", disse Thakur. Um porta-voz da Symantec acrescentou mais tarde a Lituânia.

As vítimas na Ucrânia incluíram uma agência governamental e uma instituição financeira.

Neste sábado, o Twitter disse que seu serviço está sendo limitado na Rússia e que está tentando manter o site de mídia social acessível aos usuários. Segundo a empresa, o bloqueio afetou algumas pessoas, sem fornecer detalhes.

"Acreditamos que as pessoas devem ter acesso livre e aberto à internet, o que é particularmente importante em tempos de crise", publicou a conta de políticas públicas do Twitter.

A Rússia disse na sexta-feira, 25, que começaria a restringir o acesso ao Facebook. O governo da Ucrânia pediu na quinta-feira que o governo russo seja bloqueado do Twitter. Neste sábado, a conta do Twitter da Rússia (@GovernmentRF) ainda estava ativa.

Também na sexta-feira, o Twitter disse que pausou temporariamente anúncios na Ucrânia e na Rússia para garantir que as pessoas tenham acesso a informações críticas.

O Facebook disse que bloquearia a mídia estatal russa de exibir anúncios ou ganhar dinheiro com anúncios exibidos em sua plataforma.

O YouTube disse que está tomando várias ações contra a Rússia em resposta à guerra, incluindo restringir o acesso à RT, uma rede de televisão estatal russa, e outros canais na Ucrânia. A plataforma disse que as restrições à RT e outros canais vieram em resposta a um pedido do governo ucraniano.

A empresa declarou que também está pausando a capacidade de vários canais russos de monetizar na plataforma, de acordo com sanções recentes, e limitando "significativamente" as recomendações a esses canais.

"Como sempre, nossas equipes continuam monitorando de perto os desenvolvimentos de notícias, incluindo avaliar o que quaisquer novas sanções e controles de exportação podem significar para o YouTube", disse um porta-voz da empresa.

A plataforma removeu centenas de canais e milhares de vídeos nos últimos dias, incluindo alguns por "práticas enganosas coordenadas", disse o porta-voz.

Também está garantindo que o conteúdo de notícias oficial apareça nas consultas de pesquisa sobre a Rússia e a Ucrânia.