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Covid-19: Brasil tem a pior média de mortes desde outubro de 2021

Pelo 11º dia consecutivo o Brasil bateu recorde de casos na média móve

Foto: Marcelo Camargo | Agência Brasil
Em 24 horas foram registrados 269.968 novos casos e mais 799 mortes

O Brasil registrou 779 novas mortes pela covid-19 nesta sexta-feira, 28. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 472, a pior marca desde 5 de outubro. Já o número de novas infecções notificadas foi de 257.239.

Pelo 11º dia consecutivo o Brasil bateu recorde de casos na média móvel, atingindo a impressionante marca de 183.203, o maior número de toda a pandemia. "Estamos vendo uma explosão de casos no Brasil. Estamos à beira de um tipo diferente de colapso que poderia ser evitado com o uso de máscara e ficando longe de aglomeração. O discurso das autoridades está sendo aquém do que a gente esperava. Não é um momento para estar tranquilo", diz Carlos Magno Fortaleza, infectologista e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

O médico aponta que é uma explosão de casos nunca vista, algo que está ocorrendo por causa da variante Ômicron. "A proporção de pessoas disseminadoras é muito maior. Somando-se a isso está o fato de que a Ômicron tem um relativo escape vacinal. Sem contar que a população relaxou com as medidas de segurança. Isso tudo, com a sensação de que a covid-19 se transformou em uma gripe, faz com que ocorram recordes dias após dias", afirma. "A grande maioria vai ter um quadro gripal leve, e isso faz com que as pessoas se exponham e transmitam a covid-19. Mas há quem morra."

O especialista reforça que, com um número tão alto de casos positivos, mesmo diante de uma baixa testagem, o número de mortes também vai subir. "O que importa não é a percentagem de mortes, e sim a quantidade. Com a Ômicron, a proporção de pessoas que morrem é menor, e de fato as pessoas vacinadas têm menor possíbilidade, pois com três doses da vacina a chance de internação cai 85%. Mas como o número de casos é astronômico, a pequena proporção de mortes da variante pode gerar números grandes absolutos", avisa.

Carlos Magno lembra que em novembro, todas as estimativas eram otimistas, mas aí apareceu a Ômicron. "O que me preocupa é que estamos com explosão de casos de covid-19 e não se tomam medidas restritivas para frear isso. Se deixarmos do jeito que está, a tendência é que piore até meados de fevereiro. E a redução vai ser interrompida com novo aumento depois do Carnaval. Estamos confortáveis com 300 mortes diárias porque já tivemos 4 mil? Eu não me sinto confortável. Precisamos usar máscaras e reduzir eventos com muitas pessoas", comenta.

No total, o Brasil tem 625.948 mortos e 25.040.161 casos da doença. Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h. Segundo os números do governo, 22.162.914 pessoas estão recuperadas.

O Estado de São Paulo registrou 285 mortes por coronavírus nesta sexta-feira. Outros cinco Estados superaram a barreira de 30 óbitos: Ceará (92), Paraná (58), Minas Gerais (44), Santa Catarina (40) e Rio Grande do Sul (31). No lado oposto, o Acre registrou apenas uma morte enquanto Roraima não teve nenhuma.

O balanço de mortes e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. 

Nesta sexta-feira, o Ministério da Saúde informou que foram registrados 269.968 novos casos e mais 799 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas. No total, segundo a pasta, são 25.034.806 pessoas infectadas e 625.884 mortes. Os números são diferentes do compilado pelo consórcio de veículos de imprensa principalmente por causa do horário de coleta dos dados.

Vacinação

O número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a covid-19 no Brasil chegou nesta sexta-feira, 28, a 164.409.885, o equivalente a 76,53% da população total. Nas últimas 24 horas, 319.634 pessoas receberam a primeira dose da vacina, de acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa junto a secretarias de 26 Estados e Distrito Federal.

Entre os mais de 164 milhões de vacinados, 149,5 milhões receberam a segunda dose, o que representa 69,61% da população com a imunização completa contra o novo coronavírus. Nas últimas 24 horas, 265.383 pessoas receberam essa dose de reforço. Somando as vacinas de primeira e segunda dose aplicadas, além da terceira de reforço (987.888), o Brasil administrou 1.593.196 doses nesta sexta-feira. Já em relação à vacinação pediátrica (para crianças de 5 a 11 anos), o Brasil chegou a 1.178.764 doses, o equivalente a 5,75% deste público.

Em termos proporcionais, Piauí é o Estado que mais vacinou sua população até aqui: 83,95% dos habitantes receberam ao menos a primeira dose. A porcentagem mais baixa é encontrada em Roraima, onde 56,39% receberam a vacina. Em números absolutos, o maior número de vacinados com a primeira dose está em São Paulo (39,4 milhões), seguido por Minas Gerais (16,7 milhões) e Rio de Janeiro (13,2 milhões).