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Alemanha tem recorde diário de contaminações por coronavírus

Dados são do Instituto Robert Koch de virologia

A Alemanha notificou nesta quinta-feira (27 de janeiro) 203,13 mil infecções pelo novo coronavírus, ultrapassando pela primeira vez a barreira de 200 mil por dia e atingindo novo recorde desde o início da pandemia. Os dados são do Instituto Robert Koch (RKI) de virologia.

Na quinta-feira da semana passada (20), as autoridades alemãs tinham registrado 133,53 mil novas infecções.

A incidência semanal também alcançou novo recorde e ficou em 1,017 casos por 100 mil habitantes. O total de mortes no período foi de 188 pessoas. 

Desde o início da pandemia, a Alemanha teve 9,238 milhões de casos confirmados de covid-19 e 117,31 mil pessoas morreram por causas relacionadas à doença, provocada pelo vírus SARS-CoV-2.

Na Alemanha, 73,6% da população receberam o esquema completo da vacina, 51,3% a dose de reforço e 75,6% pelo menos a primeira dose.

Explosão de casos na Itália

A Itália registrou o segundo nível mais alto de novos casos e mortes pelo novo coronavírus Sars-CoV-2 da Europa, durante a semana passada, informou a Organização Mundial da Saúde.

Segundo a atualização epidemiológica semanal sobre a pandemia de Covid da OMS, na semana de 17 a 23 de janeiro, 1.231.741 contágios foram registrados na Itália, uma cifra inalterada em relação à semana anterior.

Ao mesmo tempo, foram contabilizadas 2.440 mortes, um aumento de 24% em comparação com os dados dos sete dias anteriores.

Na Europa, apenas a França registrou um número maior de infecções durante o mesmo período: foram 2.443.821 contaminações, um aumento de 21%. Já em relação às mortes, a Rússia ficou em primeiro lugar, com 4.792 óbitos notificados entre 17 e 23 de janeiro (-7%).

Em todo o mundo, a Itália está em terceiro lugar no número de novas infecções, depois dos Estados Unidos (4.215.852) e da França, e em quarta posição na quantidade de vítimas, atrás dos EUA (10.795), Rússia e Índia (3.343).

No geral, na semana passada, a Europa registrou 10.040.147 casos (+13%) e 21.259 mortes (-5%) contra 7.356.674 contágios (-10%) e 19.357 óbitos (+7%) dos Estados Unidos.

A OMS alertou ainda que o nível de risco ligado à variante Ômicron "continua muito alto", mesmo que o crescimento de novas infecções desacelere no mundo. No entanto, o relatório aponta que os casos notificados ultrapassaram 21 milhões na semana passada, o maior nível em sete dias desde o início da pandemia.

Além disso, a Organização Mundial da Saúde revelou que a expansão da nova cepa pelo planeta dá sinais de perder força. Mas, no Brasil, a proliferação da doença subiu em 73% em apenas sete dias, com um aumento de mais de 80% em mortes.

Internações caem na Áustria

O governo da Áustria anunciou o fim do lockdown para os não vacinados contra a Covid-19 a partir de segunda-feira (31). A medida foi relaxada porque, apesar do número de casos continuar a subir, houve uma queda nas hospitalizações.

"A nossa prioridade absoluta é limitar o máximo possível as restrições e, entre as medidas mais restritivas, está o lockdown para os não vacinados. A situação nos hospitais nos permite acabar com isso", informou o chanceler Karl Nehammer em uma curta nota.

Segundo Viena, a medida pode ser restabelecida em caso de "uma ameaça iminente de sobrecarga na capacidade de leitos de terapia intensiva".

O isolamento obrigatório para os não imunizados estava em vigor desde novembro e permitia apenas que essas pessoas saíssem de casa para motivos essenciais: trabalho, compra de alimentos e remédios e por problemas de saúde.

Porém, quem não se vacinou ou não completou a vacinação não poderá participar de uma série de eventos sociais, como comer em restaurantes ou ir a bares e participar de eventos esportivos ou culturais. As regras se mantêm para fazer com que mais cidadãos se vacinem.

O anúncio ocorreu nesta quarta-feira (27), dia que a Áustria ultrapassou pela primeira vez a marca de 30 mil casos diários.

Nehammer ainda reconheceu que, em até 14 dias, será atingido o pico da onda de contágios provocados pela variante Ômicron, com o país registrando entre 35 mil e 40 mil infecções diárias.

A decisão da Áustria, que vem sendo um dos países mais duros na exigência de vacinação - a partir de fevereiro, todos os adultos serão obrigados a se imunizar sob pena de multas altíssimas - está em linha com medidas tomadas por diversas nações europeias de começar a conviver com o coronavírus Sars-CoV-2 de uma maneira "menos restritiva". 

Dinamarca suspende restrições

A Dinamarca pretende encerrar as restrições contra a covid-19 e reclassificar o vírus como uma doença que não é mais uma ameaça à população. Outros países europeus, como Áustria e Holanda, também anunciaram medidas semelhantes, apesar de a variante Ômicron causar recordes de novos casos no continente e no mundo, destacam agências internacionais.

Na Dinamarca, a medida deve ser adotada enquanto o país registra recordes de novos casos diários, mas internações em queda, uma tendência também em outros nações, sugerindo que a variante é menos mortal do que outras.

A média móvel de infecções na Dinamarca foi de 41.613 na quarta-feira, 26, um recorde em toda a pandemia e muito maior do que o pico de surtos anteriores, segundo dados do Our World in Data, da Universidade de Oxford. Em dezembro de 2020, por exemplo, a média mais alta foi de 3.536. Com 5,8 milhões de pessoas, o país registrou mais de 1,5 milhão de infecções durante a pandemia em dois anos, sendo um milhão delas apenas nos últimos dois meses.

Em relação à média móvel de mortes, o país chegou a registrar 35 em um dia em janeiro de 2021. Durante o atual surto, no entanto, a maior média de óbitos diários foi 17. Atualmente, a nação tem 44 pacientes com covid internados em UTIs, abaixo dos 73 há duas semanas.

Com isso, o ministro da Saúde, Magnus Heunicke, vai seguir uma recomendação da comissão epidemiológica de não estender nenhuma restrição depois de 31 de janeiro, segundo os documentos. Heunicke quer reduzir a classificação da doença a partir de 1º de fevereiro, quatro dias antes do proposto pela comissão. As restrições atuais incluem horários de funcionamento limitados para restaurantes e bares, uso de passaportes sanitários e a exigência de máscaras em lojas e em alguns eventos fechados.

Suécia

Em uma estratégia diferente, porém, a Suécia anunciou nesta quarta-feira que estenderá suas atuais medidas restritivas por mais duas semanas, enquanto a Ômicron se espalha rapidamente, segundo o ministro da Saúde. Com isso, bares e restaurantes têm que fechar às 23h e há um limite de 500 pessoas dentro de locais fechados com capacidade maior.

"Temos um nível extremamente alto de disseminação", disse a ministra da Saúde, Lena Hallengren, em entrevista coletiva. "As restrições devem permanecer em vigor por duas semanas. Se tudo correr como planejado e se a situação permitir, as restrições serão retiradas depois disso."

Nos últimos sete dias, a Suécia registrou cerca de 270 mil casos, mas a testagem limitada fez com que o governo acreditasse que o número real pode ser superior a 500 mil. A disseminação da Ômicron colocou pressão sobre o sistema de saúde, mas muito menos do que durante as surtos anteriores.