Brasil

É alto o risco de rompimento de barragem em Minas Gerais

Prefeitura emitiu um "alerta máximo"

A prefeitura descreve a situação da barragem como "crítica"

A prefeitura de Pará de Minas (MG), cidade situada a cerca de 90 quilômetros a oeste de Belo Horizonte, emitiu um "alerta máximo" na noite deste domingo, 9, recomendando que todos os moradores das redondezas da Usina do Carioca evacuem a área devido ao "alto risco" de rompimento da barragem.

O comunicado foi assinado também pela Defesa Civil de Minas Gerais, Estado que vem sendo bastante castigado pela chuva nos últimos dias.

O alerta vale para todos as pessoas que moram abaixo da Usina do Carioca tanto na cidade de Pará de Minas quanto em Pitangui, Onça de Pitangui, São João de Cima, Casquilho de Baixo, Casquilho de Cima e Conceição do Pará.

Em uma das postagens, a prefeitura descreve a situação da barragem como "crítica". As equipes da prefeitura e da defesa civil estavam acompanhando a situação no local.

"Mobilizamos as equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, montamos um QG no posto de saúde e conseguimos um espaço ao lado da igreja para receber as pessoas", disse o prefeito Elias Diniz, em vídeo divulgado nas redes.

Segundo Diniz, há muitas partes inundadas na região da usina, o que pode causar um efeito dominó sobre outras barragens no curso da água. "Esse é um alerta. Não é fake news. Desocupem suas casas e vão para lugares mais altos ou para o abrigo oferecido pela prefeitura", emendou, em vídeo publicado por volta das 19h40.

O mesmo alerta foi reforçado pela Polícia Militar. Em vídeo publicado nas redes sociais, um representante da corporação pediu para que todos os moradores da região deixem suas casas imediatamente.

"Toda a população que se encontra nas proximidades do Rio São João e Pará, localizados logo abaixo da barragem do Carioca, que evacue de forma imediata a área. Neste momento, existe o risco de rompimento da barragem do Carioca".

Trens paralisados

A Vale paralisou parcialmente a circulação de trens na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e produção dos Sistemas Sudeste e Sul para garantir a segurança dos empregados e comunidades, devido ao nível elevado de chuvas que atingem Minas Gerais.

No Sistema Sudeste, a EFVM foi paralisada no trecho Rio Piracicaba-João Monlevade impedindo o escoamento do material em Brucutu, e no complexo de Mariana, que estão com a produção suspensa. O trecho Desembargador Drummond-Nova Era também está paralisado, mas em fase de liberação, e não afetou a produção do Complexo de Itabira, diz a companhia em comunicado enviado à Comissão de Valores Imobiliários (CVM).

No Sistema Sul, em função da interdição de trechos das rodovias BR-040 e MG-030, da segurança de circulação de empregados e terceiros e da infraestrutura da frente de lavra das minas, a produção de todos os complexos está temporariamente paralisada. Já o Sistema Norte segue operando conforme o plano de produção, que considera o impacto sazonal do período chuvoso em todas as operações e, portanto, a Vale reitera seu guidance de produção de 320-335 Mt para 2022.

"A Vale está tomando todas as medidas necessárias para a retomada das atividades, mantendo o foco nos cuidados necessários para garantir a segurança dos empregados e das comunidades localizadas no entorno de suas estruturas", diz a companhia no comunicado, ressaltando que não houve alteração do nível de emergência em nenhuma de suas estruturas, que são acompanhadas permanentemente.