Veículos

Renault deixará de fabricar no Brasil a dupla Logan e Sandero

A ordem para cancelar a produção é da matriz da empresa na França

Foto: Renault
Sandero: fim da linha, no Brasil

A Renault investiria R$ 1,1 bilhão no País para renovar sua gama de produtos nacionais. Ou seja, Captur, Duster, Kwid, Oroch e, por fim, a dupla Logan e Sandero.

Agora, embora a filial da marca no País informe que não irá comentar o assunto, o fato é que a dupla irá mesmo sair de cena. A ordem para cancelar a produção dos novos Logan e Sandero, bem como de sua versão aventureira Stepway, é da matriz da empresa na França.

Diante do cenário turvo por causa dos efeitos da pandemia, a cúpula da fabricante liderada por Luca de Meo determinou que o foco sejam os SUVs. Ou seja, modelos que agregam maior valor e que viraram os queridinhos no mundo todo.

Uma das novidades foi confirmado pelo próprio de Meo: será o Dacia Bigster, utilitário-esportivo maior que o Duster, que será lançado até 2023 na Europa. Com vendas menores do que antes da pandemia, a Renault vai abandonar segmentos menos rentáveis, como o de veículos compactos de entrada. Ou seja, do qual a linha Sandero e Duster faz parte.

A meta da empresa para o Brasil é aumentar a rentabilidade em 5% até 2025. Assim, Logan, Sandero e Stepway sairão de cena nos próximos anos após quase 15 anos de mercado. O sedã Logan estreou no País em 2007 com produção na fábrica do Grupo Renault Nissan em São José dos Pinhais, no Paraná.

Conforme anunciado por De Meo no começo deste ano, a estratégia da Renault vai mudar no também no Brasil. De acordo com ele, a companhia não vai fazer investimentos de curto prazo no País.

Sem citar detalhes, o executivo informou que redirecionaria os recursos que seriam aplicados nos modelos menores. Na prática, a empresa focará veículos mais lucrativos. Ou seja, como os SUVs Duster e Bigster.

Para o chefe da Renault, houve um equívoco de estratégia no Brasil, com a priorização da participação de mercado em detrimento das margens de lucro. Dessa forma, a empresa não vai mais buscar a fatia de 10% vislumbrada por seu antigo chefe, Carlos Ghosn. Na visão do atual CEO, 5% ou 6% bastam. Mas, para isso, será preciso venderá carros com maior valor agregado.

Bigster

Baseado na plataforma CMF-B da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, o futuro SUV de sete lugares vai apostar no tamanho para brigar por uma fatia do segmento mais disputado do mercado, o de médios. Ou seja, o novato será rival de Jeep Compass, Toyota Corolla Cross e Volkswagen Taos, entre outros. A marca promete ter preços mais competitivos.

Além do visual "parrudo", o Bigster terá propulsão híbrida. Assim, vai combinar motor elétrico e o 1.2 TCe turbo de três cilindros. Com o modelo, a Renault pretende popularizar ainda mais essa tecnologia.

Seja como for, vários países da Europa já anunciaram que em breve só permitirão a venda de carros 100% elétricos.