Cidade / Economia

Prévia da inflação na RMS no mês de setembro é a maior em 21 anos

Prévia da inflação foi puxada pelos aumentos dos preços nos grupos transportes (1,48%) e habitação (1,18%)

Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em 0,89% na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Pela segunda vez consecutiva, o índice mostrou aceleração em relação ao mês anterior (havia sido de 0,85% em agosto e 0,74% em julho). Foi ainda o maior para um mês de setembro, na RMS, desde o início da serie histórica regional do IPCA-15, no ano 2000 - logo, em 21 anos. 

Ainda assim, ficou abaixo do verificado no Brasil como um todo (1,14%, o maior para um mês de setembro desde o início do Plano Real, em 1994) e foi o 2o menor entre os 11 locais pesquisados, acima apenas do IPCA-15 da RM Fortaleza/CE (0,68%).

Em setembro, o IPCA-15 ficou mais alto na RM Curitiba/PR (1,58%), em Brasília/DF (1,45%) e na RM Belém/PA (1,33%).

O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 14 de agosto e 14 de setembro.

No acumulado de janeiro a setembro de 2021, o IPCA-15 da RM Salvador está em 6,67%. Segue abaixo do índice do Brasil como um todo (7,02%) e é apenas o 9o entre os 11 locais pesquisados. Ainda assim, já é o maior acumulado anual desde 2016, quando, de janeiro a dezembro, o IPCA-15 da RMS havia ficado em 6,97%. 

Já nos 12 meses encerrados em setembro, o índice acumula alta de 9,08% na RM Salvador, mantendo importante aceleração frente ao acumulado nos 12 meses encerrados em agosto (8,31%). Continua, porém, abaixo do indicador nacional, que cruzou a barreira dos dois dígitos e ficou em 10,05%, e segue como o 3o mais baixo entre as áreas pesquisadas separadamente.

A tabela a seguir mostra os principais resultados do IPCA-15 de setembro para o Brasil e cada uma das áreas pesquisadas.

Transporte (1,48%) e habitação (1,18%) puxaram alta

O IPCA-15 de setembro na Região Metropolitana de Salvador (0,89%) foi resultado de aumentos nos preços médios em todos os nove grupos de produtos e serviços que formam o índice. Essa alta em todos os grupos não acontecia na RMS havia pouco mais de cinco anos - foi registrada pela última vez em maio de 2016.

A principal pressão inflacionária na prévia de setembro veio do grupo transportes (1,48%), puxado pelas passagens aéreas, que aumentaram, em média, 39,59%, a maior alta dentre todos os produtos e serviços pesquisados para formar o IPCA-15. Os automóveis usados (1,93%) também tiveram contribuição relevante para o índice.

Os custos de moradia (habitação, 1,18%) exerceram a segunda maior influência de alta no IPCA-15 de setembro, na RMS. A energia elétrica (2,52%) seguiu como principal pressão inflacionária nesse grupo e foi a segunda mais importante no índice geral. O aumento do gás de botijão (1,96%) também contribuiu para a alta no mês. 

Com o maior aumento na prévia de setembro, o grupo vestuário (2,66%) exerceu a terceira principal influência na aceleração da prévia da inflação, na RMS, com aumentos tanto nas roupas (2,69%) quanto nos calçados e acessórios (2,96%). 

Já os preços dos alimentos (0,44%), embora tenham se mantido em alta, desaceleraram de forma importante frente a agosto, ou seja, aumentaram menos (o índice havia sido de 1,09% em agosto). O aumento dos alimentos no IPCA-15 de setembro foi ainda o menor para o grupo, na RMS, em cerca de um ano, desde agosto de 2020 (quando havia sido de -0,14%). 

Ainda assim, itens importantes do dia a dia, como o café moído (12,95%) e o frango inteiro (4,95%), estiveram entre as principais pressões de alta na prévia da inflação de setembro. 

Por outro lado, diversos produtos alimentícios tiveram quedas médias dos preços no IPCA-15 de setembro, com destaque, em termos de contribuição para segurar o índice, para a cebola (-17,70%), o lanche fora de casa (-1,43%) e o arroz (-2,71%).