Mundo / Saúde

Comitê britânico recomenda vacinar apenas adolescentes doentes

Grupo de especialistas alegou 'pouco benefício' contra a Covid

Os especialistas do comitê médico-científico independente (JCVI, em inglês) do Reino Unido, que auxiliam o governo de Boris Johnson, recomendaram que não sejam aplicadas as vacinas anti-Covid em adolescentes de 12 a 15 anos saudáveis nesta sexta-feira (3).

Entre as justificativas para a decisão, estão "questões amplas, como a interrupção das aulas presenciais" nas escolas. O grupo também afirmou que como há "baixo risco" de casos graves provocados pelo coronavírus Sars-CoV-2 e efeitos "extremamente raros" da vacina da Pfizer/BioNTech, a vacinação desse grupo teria "apenas um ganho marginal" na imunização.

O líder do grupo, Wei Shen Lim, afirmou à "BBC" que o comitê "faz uma análise com bastante precaução" e que "a margem de benefício é considerada muito pequena para dar apoio universal à campanha de Covid-19 nesse grupo agora". "O comitê vai continuar a revisar os dados de segurança conforme eles surgirem", acrescentou.

O JCVI apenas recomendou a vacinação dos adolescentes de 12 a 15 anos que tenham doenças crônicas, como câncer no sangue, diabetes tipo 1 e problemas congênitos no coração. Esse grupo tem cerca de 200 mil pessoas. Agora, cabe ao governo decidir o que vai fazer.

A recomendação britânica vai no sentido contrário de diversas agências sanitárias mundiais, como a da União Europeia e a dos Estados Unidos, que recomendam as vacinas da Pfizer e da Moderna para as pessoas que têm entre 12 e 15 anos. No Brasil, também a Anvisa liberou a aplicação da primeira nos adolescentes.

O anúncio ocorre enquanto o Reino Unido enfrenta o avanço da variante Delta, que fez os britânicos atingirem o maior número diário de casos nesta sexta desde 19 de julho. Foram 42.076 contágios confirmados, além de 121 mortes (na quinta, haviam sido 178). (