Desde que foi declarada a situação de pandemia global, as medidas instituídas pelos governantes de todo o mundo buscaram combater o contágio através da proibição das aglomerações. Com isso, os planos de muitos casais tiveram de ser adiados ou readequados para que o sonho de se casar não expusesse a riscos os noivos, familiares, amigos e fornecedores de serviços.
De acordo com pesquisa realizada pelo portal Casamentos.com.br, 1 a cada 3 casais entrevistados teve de adiar a data da cerimônia pelo menos 1 vez. Porém, quase 60% pretendem se casar entre setembro de 2021 e agosto de 2022. A previsão para 2022 é promissora e muitas agendas já estão cheias.
Dados da Abrafesta- Associação Brasileira de Eventos mostram que a pandemia fez com que 79% dos eventos sociais e corporativos fossem adiados em 2020 e o faturamento do setor no Brasil registrou queda de 98%. Sem dúvida essa queda atingiu em cheio o setor dos casamentos, porém desde abril e maio deste ano nota-se uma retomada gradual e consistente nas atividades, conforme o plano de vacinação avança nos estados.
Com os números da proliferação da doença no Brasil dando alguns sinais de melhora, decretos emitidos por prefeitos e governadores de todo o país apontam para a reabertura gradual do comércio e de toda a cadeia de serviços. A retomada, porém, não parte do mesmo lugar. Celebrações em espaços ao ar livre com número restrito de convidados e experiências mais íntimas e familiares se mostram como alternativa, prorrogando as grandes celebrações com centenas de convidados para 2022
De acordo com o Portal Transparência do Registro Civil, em 2018 o Brasil realizou o maior número de casamentos dos últimos 5 anos: 969 mil. De lá para cá, os números entraram em queda considerável em 2020, com uma baixa de quase 27%. Em 2020 foram computados 716 mil registros civis de matrimônio, representando uma média mensal de 59 mil.
Em 2021 estes números apontam um crescimento mês a mês, chegando a julho com 63 mil casamentos mensais. Em maio deste ano, o crescimento registrado em relação ao mesmo período do ano passado foi de 79%. Ou seja, a curva é ascendente e não parece perder força tão cedo.
Efeito soneca
Como os prazos se estenderam, casais tiveram mais tempo para planejar com calma todas as etapas do grande dia. Antes da pandemia o tempo de preparação era de 12 meses, e passou a 18 meses no atual cenário. Dos que ainda não têm uma data concreta, 40% associaram a decisão à evolução da pandemia e 17% ao orçamento familiar ou decisões pessoais
Segundo o portal Casamentos.com.br, 37% dos noivos entrevistados pretendem pedir aos convidado a comprovação de vacinação ou teste negativo de COVID-19, além da distribuição de álcool em gel (83%), garantia do distanciamento social (66%) e quase metade dos entrevistados exigirá que seus convidados usem máscara o tempo todo.
Especialistas em tendências apontam que a pandemia foi responsável por acelerar uma busca por sustentabilidade na organização dos enlaces. O distanciamento social, sendo o principal impeditivo na realização de qualquer evento, empurrou os casamentos para fora de igrejas e buffets, priorizando espaços amplos e ao ar livre, com boa circulação de ar.
E como reunir pessoas nunca foi tão complexo, celebrações aos finais de semana terão um grande impacto nos próximos anos. 44% dos casamentos em 21/22 terão mais de um dia de festa:12 meses de preparação é muito tempo para que passe tão rápido. Os casais querem aproveitar mais e oferecer mais tempo de convivência com a família e amigos.
Talvez seja cedo para falar de um “boom” dos casamentos, como alguns países europeus e EUA já estão testemunhando desde o começo da primavera no hemisfério norte, mas a resiliência do setor no Brasil demonstra que a indústria está pronta para se recuperar e se adaptar às mudanças que forem necessárias.