Esportes

Rebeca Andrade ganha ouro inédito na ginástica artística

Brasileira superou americana e sul-coreana na final do salto

Foto: Miriam Jeske/COB
Rebeca: a menina de ouro e prata

O Brasil pode comemorar mais um ouro nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. É de Rebeca Andrade, que fez história ao conquistar o primeiro ouro da ginástica artística feminina neste domingo, 1º, ao marcar 15.083 na prova do salto.

Ela se tornou ainda a primeira mulher brasileira a conquistar duas medalhas numa mesma edição olímpica. Ela já havia conquistado a prata no individual geral.

Rebeca tem chance de aumentar a sua coleção na final do solo, que será disputada nesta segunda, 2.

Após a prata inédita no individual geral, Rebeca agora é também a primeira mulher campeã olímpica pela ginástica do Brasil.

Com o caminho livre após a desistência da estrela americana Simone Biles, a ginasta assegurou o lugar mais alto no pódio com uma média de de 15.083 em seus dois saltos.

A americana MyKayla Skinner ficou com a prata, com 14.916, enquanto a sul-coreana Yeo Seo-jeong conquistou o bronze, com 14.733. O ouro de Rebeca chega dois dias depois da histórica prata no individual geral, primeira medalha olímpica na história da ginástica feminina do Brasil.

Ela também se iguala a Arthur Zanetti, ouro nas argolas em Londres e prata no Rio, sendo que ambos ainda seguem na disputa em Tóquio. Rebeca faz a final do solo nesta segunda-feira (2), também sem a presença de Biles, enquanto Arthur estará na decisão das argolas, no mesmo dia.

A nova medalha de Rebeca é a 10ª do Brasil em Tóquio. O país ainda contabiliza o ouro de Ítalo Ferreira no surfe, além de três pratas e cinco bronzes.

“Eu dedico a conquista da medalha de ouro a todo mundo, mas, em especial, ao meu treinador, Francisco Porath. A gente trabalhou muito e era um dos aparelhos em que eu tinha mais chance, como vocês sabem. Eu fiquei muito satisfeita. Acho que fico mais feliz com a felicidade dele do que com a própria medalha. Ele só quer me ver brilhar e a única forma que eu posso retribuir é com a minha ginástica e nosso trabalho. Eu pude fazer isso por ele na quinta, com a medalha de prata, e hoje, com a medalha de ouro. E é isso que eu vou buscar fazer, dar orgulho para as pessoas, para a minha família e pra mim”, disse Rebeca.


O salto de Rebeca - Foto: COB


Executando dois dos movimentos mais difíceis no aparelho, um Cheng e um Amanar, ele conseguiu 15.166 no primeiro salto e 15.000 no segundo, chegando a uma média de 15.083.

Ela foi a terceira a se apresentar na final e assumiu a liderança para não mais deixar até a oitava ginasta deixar a área de competição. A prata ficou com Mykayla Skinner, dos Estados Unidos, com 14.916 – americana que substituiu a estrela Simone Biles na final -, e o bronze com Seojeong Yeo, da Coreia do Sul, com 14.733.

A ginasta de Guarulhos que defende as cores do Flamengo dominou as redes sociais com a prata no individual geral nos últimos. Apesar de saber de grande repercussão dos seus feitos, a jovem de 22 anos segue focada na busca de seu terceiro pódio olímpico.

“Estou bombando nas redes sociais, a galera ficou bem feliz. Mas a minha cabeça está a mesma de quando eu saí do Brasil para vir competir, totalmente concentrada, sabendo as coisas que importam e o que eu preciso fazer, para depois pensar em tudo isso que está acontecendo. Eu sempre reposto o que as pessoas me marcam, eu sei que elas torcem demais e querem o melhor pra mim, isso é muito legal. Estou bem centrada, amanhã tem mais um dia de competição, mais um dia que vou dar 110% de mim e é nisso que estou pensando... E na medalha também, claro”, concluiu.