Bahia / Nordeste

Cresce número de mortes e caem nascimentos em 6 meses na Bahia

Nunca se morreu tanto em um primeiro semestre, na Bahia, como em 2021

Foto: Fey Marin/Unsplash/Creative Commons
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52.834 mortes em 6 meses

A pandemia da Covid-19 vem causando impacto nas estatísticas vitais da população baiana. Além das mais de 24.312 mil mortes pela doença, o novo coronavírus está alterando a demografia de uma forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil na Bahia, em 2003. 

Nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como neste ano de 2021, resultando na menor diferença já vista entre nascimentos e óbitos nos primeiros seis meses do ano.

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e mortes praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País. A base é administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).

Em números absolutos os cartórios baianos registraram 52.834 mortes até o final de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 39,3% maior que a média histórica de mortes no estado, e 22% maior que o ocorrido em 2020, com a pandemia já instalada há quatro meses na Bahia. Com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 18,4%.

A Bahia registrou o menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003. Até o final do mês de junho foram registrados 89.960 nascimentos, número 18,4% menor que a média de nascidos no estado desde 2003, e 2% menor que no ano passado. Com relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 13,4% na Bahia.

A diferença entre nascimentos e mortes, que sempre esteve na média de 72.276 mil nascimentos a mais, caiu para 37.126 mil em 2021, uma redução de 48,6% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 23,4%, e em relação a 2019 foi de 37,4%.

"Podemos ver que os números explicitam o quão grande foi o medo gerado na população baiana pelo novo coronavírus", diz o presidente da Arpen/BA, Daniel de Oliveira Sampaio.

Natalidade e casamentos

Embora não seja a regra, a série histórica do Registro Civil demonstra que o aumento no número de casamentos está diretamente ligado ao aumento da taxa de natalidade na Bahia, o que deve fazer com que os nascimentos ainda demorem um pouco a serem retomados, já que no primeiro semestre de 2021 o estado registrou o quinto menor número de casamentos desde o início da série histórica.

Embora 9,7% menor que a média histórica de casamentos no primeiro semestre na Bahia, o número de matrimônios em 2021 mostra uma pequena recuperação em relação às celebrações do ano passado, fortemente impactadas pela chegada da pandemia que adiou cerimônias civis em virtude dos protocolos de higiene necessários à contenção da doença.

Até junho deste ano os cartórios celebraram 24.702 mil casamentos civis, número 31,4% maior que os 18.792 matrimônios realizados no ano passado, mas ainda 23,1% menor que os 32.139 casamentos celebrados em 2019.