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Dois norte-americanos admitem ter ajudado Ghosn a fugir do Japão

Peter e Michael Taylor ajudaram na fuga do Japão em 2019

Foto: Agência Ansa
Carlos Ghosn fugiu do Japão em 2019 enquanto estava sob regime domiciliar
Carlos Ghosn fugiu do Japão em 2019 enquanto estava sob regime domiciliar

Os norte-americanos Michael Taylor, 60 anos, e Peter Taylor, 28, se declararam culpados por ajudarem na fuga do executivo Carlos Ghosn do Japão para o Líbano em dezembro de 2019. A afirmação foi dada por ambos no primeiro dia de audiências sobre o caso em Tóquio nesta segunda-feira (14).

Segundo a acusação, pai e filho fizeram o transporte do ex-CEO da Renault-Nissan da casa dele em Tóquio para um hotel da capital japonesa. De lá, foram para a cidade de Osaka e esconderam Ghosn em uma caixa para instrumentos musicais que foi embarcada em um jato privado para a Turquia.

Por conta da fuga, a lei japonesa até mudou e, agora, todas as caixas embarcadas em voos privados são passíveis de verificação no aeroporto.

Do território turco, Ghosn foi para o Líbano, pois tem cidadania local e o país não tem acordo de extradição de cidadãos com os japoneses. À época, o executivo estava em liberdade condicional e não poderia ter deixado o Japão.

Os Taylors foram presos no ano passado nos Estados Unidos por autoridades locais com base em um mandado internacional e foram extraditados para Tóquio, em fevereiro deste ano, após decisão da Suprema Corte dos EUA. Um mês depois, foram indiciados formalmente no Japão. Se condenados, podem pegar até três anos de prisão.

Ghosn foi preso em novembro de 2018 sob a acusação de vários crimes financeiros e fiscais enquanto era CEO da montadora. No atual julgamento, a empresa exige o pagamento de US$ 95 milhões como parte da recuperação de "parte significativa" dos impactos provocados pela "conduta inapropriada e atividades fraudulentas" do executivo à frente da Renault-Nissan.

O brasileiro sempre negou as acusações e diz ser "vítima" de um esquema mentiroso.