Política

Jair Bolsonaro duvida das urnas que confirmaram sua eleição

Em 2020, Bolsonaro afirmou ter provas de fraudes nas eleições presidenciais de 2018

Foto: Alan Santos
O presidente Bolsonaro em passeio de moto por Brasília

O presidente Jair Bolsonaro voltou a colocar em xeque a credibilidade das urnas eletrônicas, mesmo sem apresentar indícios de fraudes no processo eleitoral. A apoiadores que o aguardavam em frente ao Palácio da Alvorada nesta terça-feira, 8, Bolsonaro disse que não acredita "nada" no sistema de contabilização de votos. "Perguntam: 'como você ganhou e reclama?' Eu tive muito voto", justificou o presidente, que defende um sistema que permita a impressão dos votos.

A proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, uma das principais bandeiras do bolsonarismo, deve avançar com amplo apoio na comissão especial sobre o tema instalada na Câmara dos Deputados - inclusive com apoio de setores da oposição. Dos 34 parlamentares do colegiado, 21 são favoráveis à mudança. A proposta precisa de 17 votos para avançar.

Em 2020, Bolsonaro afirmou ter provas de fraudes nas eleições presidenciais de 2018, quando saiu vitorioso. Até o momento, contudo, o presidente não mostrou qualquer evidência do fato.

A Câmara dos Deputados promove comissão geral nesta quarta-feira (9), a partir das 9 horas, com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso.

O objetivo é debater duas propostas de emenda à Constituição (PECs) em discussão na Câmara que tratam de temas eleitorais: a PEC 125/11, que proíbe eleições próximas a feriados, mas terá o parecer ampliado para incluir temas da reforma eleitoral; e a PEC 135/19, que prevê a adoção de urnas eletrônicas que permitam a impressão dos votos para possibilitar a auditagem das eleições.

Conforme o roteiro da comissão geral, o ministro Luís Roberto Barroso fará uso da palavra por 20 minutos. Em seguida, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), concede a palavra aos presidentes das comissões especiais que analisam as duas PECs e ao presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara pelo prazo de 10 minutos cada um.

Por fim, os deputados indicados para falar pelos partidos fazem uso da palavra por 3 minutos. A cada 5 oradores, o ministro Barroso terá a palavra pelo tempo de 10 minutos.