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Fungo Metarhizium humberi é eficaz contra Aedes aegypti

A maioria dos mosquitos foi morta dentro de 6 dias após exposição ao fungo

Foto: Bruno Concha/Secom
Grânulos com microescleródios de Metarhizium são eficazes contra Aedes aegypti
Grânulos com microescleródios de Metarhizium são eficazes contra Aedes aegypti

Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), da Embrapa Meio Ambiente e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) descobriram uma nova abordagem para controle biológico do Aedes aegypti, importante vetor de vírus causadores de dengue, febre amarela, chikungunya e zika. A metodolofia inédita utiliza o fungo Metarhizium humberi, que parasita e mata os mosquitos, numa formulação granular colocada em locais de postura de fêmeas do mosquito.

Conforme pesquisadores, a maioria dos mosquitos foi morta dentro de 6 dias após exposição aos grânulos/pellets esporulados, independentemente do tempo de exposição, que foi de 1 minuto a 24 horas e em ambiente com umidade relativa de 75% ou maior que 98%. O próximo passo da pesquisa contemplará testes em campo usando recipientes atrativos para oviposição do mosquito tratados com essas formulações. 

Requisitos para a formulação

Para a elaboração da formulação, o grupo liderado pelo professor Christian Luz, da UFG, utilizou o método de fermentação líquida submersa para a obtenção de microescleródios, que são estruturas de resistência produzidas pelo fungo Metarhizium humberi que garantem a sua sobrevivência em condições ambientais adversas. A pesquisa testou celulose microcristalina e terra diatomácea ou uma combinação de vermiculita, terra diatomácea e dióxido de silício como veículos das formulações granulares contendo microescleródios, sendo que a segunda combinação se mostrou mais eficiente. 

O analista da Embrapa Meio Ambiente, Gabriel Mascarin, explica que uma faixa de 93% a 96,5% de umidade relativa foi crítica para a germinação miceliogênica e esporulação pelos microescleródios, e pelo menos 96,5-98,5% de umidade foi necessária para alta produção de conídios em pellets ou grânulos. Além disso, a produção de conídios foi maior em pellets e grânulos preparados com vermiculita do que naqueles preparados com celulose microcristalina como veículo inerte principal.

O estudo completo de Juscelino Rodrigues, Alaine Maria Lopes Catão, Amanda Soares dos Santos, Flávia Regina Santos Paixão, Thainá Rodrigues Santos,  Juan Mercado Martinez e Ricardo Neves Marreto, Éverton Kort Kamp Fernandes, e Christian Luz da Universidade Federal de Goiás, Gabriel Moura Mascarin, da Embrapa Meio Ambiente, e Richard Alan Humber, da  USDA-ARS Robert W Holley Center for Agriculture and Health, Ithaca, NY, USA, está disponível aqui.