Turismo

Holetaria em Salvador acumula prejuízos por causa da pandemia

Em abril, a taxa de ocupação média foi de 20,33%

Foto: Alberto Oliveira/LEIAMAISba
A ocupação é insuficiente para cobrir os custos da hotelaria

As medidas restritivas da pandemia continuam castigando o turismo e a hotelaria em Salvador. 

Em abril, a taxa de ocupação média foi de 20,33%, semelhante à do mês anterior (20,36%). Ainda que superior à de abril de 2020 (11,23%, início da pandemia e pior taxa já verificada), essa ocupação é insuficiente para cobrir os custos de funcionamento das estruturas de hotéis que operam 24 horas, todos os dias da semana.

Em média, a taxa de ocupação tem sido semelhante nos finais de semana (20,74%) e nos dias de semana (20,18%), embora em alguns hotéis de lazer e frente mar essa diferença chega a alcançar de 5 a 10 pontos percentuais.

Os números são fruto da Pesquisa Conjuntural de Desempenho (Taxinfo), realizada pela ABIH, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – seções Bahia e Brasil. O levantamento é digital e os dados são fornecidos diariamente pelos hotéis ao Portal Cesta Competitiva. A média resultante constitui indicador para avaliar a evolução da atividade de hospedagem na capital baiana.

De acordo com Luciano Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia - ABIH-BA, dentre os principais fatores que ajudam a compreender esse desempenho destacam-se as medidas restritivas decorrentes da pandemia, fechamento das praias e comércio.

“O renovado medo da contaminação que acompanhou a segunda onda também tem contribuído com essa queda, muito embora os hotéis tenham incorporado todos os protocolos e medidas de segurança recomendados pelos órgãos oficiais”, relata.

A diária média de abril ficou em R$ 319,44, semelhante à do mês anterior (R$ 312,88) e bem abaixo da praticada nos dois primeiros meses do ano (janeiro R$ 371,79 e fevereiro R$ 351,63).

Se forem excluídas da média as informações referentes aos hotéis de luxo, presentes no mercado e na amostra da pesquisa, a diária média em abril ficaria em R$ 223,30, mais próxima à de boa parte dos hotéis.

Segundo a última pesquisa censitária do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pesquisa Nacional de Serviços de Hospedagem de 2016) 38,9% dos meios de hospedagem da Região Metropolitana de Salvador tem até 19 quartos e 80,2% tem até 49 quartos. Ou seja, a rede hoteleira é composta em sua maioria de pequenos hotéis independentes, cujos resultados dificilmente podem ser contemplados por esta ou qualquer pesquisa de desempenho da hotelaria, normalmente feita por meio remoto.

"A flexibilização das medidas restritivas, a reabertura das praias e o importante avanço da vacinação, que coloca Salvador em destaque na mídia nacional como uma das capitais que já vacinou mais de 20% de sua população, nos dão esperança de resultados melhores para os próximos meses. Ainda assim, a situação continua delicada para a maioria dos hotéis que acumulam perdas significativas", pondera Luciano Lopes, presidente da ABIH-BA.