Cinema

Concurso Histórias Para Unir o Brasil premia narrativa sobre uma professora amazonense

O enredo de Carlos Henrique Marques é um dos vencedores que receberão apoio da Ancine

Peregrina e O Chamado da Floresta, de Carlos Henrique Marques - que conta a saga de uma professora amazonense e sua luta contra os exploradores da floresta -  e Deus me Free, de Silvia Seles - uma comédia que narra o encontro de Janaína, uma aspirante a suicida, com um Deus nada convencional - foram as vencedoras do concurso Histórias Para Unir o Brasil, que premiou na última terça-feira (27) as  duas melhores  narrativas.

A ação teve como objetivo selecionar histórias originais que ajudem a pensar a situação atual do país, numa perspectiva de diálogo e superação de diferenças, e que tenham potencial para serem transformadas em filmes e séries.

“Acreditamos que o primeiro passo para unir o Brasil é imaginá-lo, contando histórias nas quais prevaleça o convívio entre diferenças de credo, identidade sexual, ideologias e classes sociais”, comenta Newton Cannito, escritor, cineasta e um dos idealizadores do HUB.

Para o roteirista Carlos Henrique Marques, a Peregrina e o Chamado da Floresta tem chance de unir não apenas o Brasil como o mundo todo, já que o tema escolhido é atual e conversa com todos os públicos. 

“O tema escolhido é universal e está sendo debatido em todo lugar, então por esta razão acredito que esse filme tem grande potencial porque conversa com todos os públicos de diferentes idades. E é o que busco retratar nos meus roteiros, para que as histórias que eu escrevo tenham elementos universais de modo que qualquer pessoa do mundo, independente da sua cultura, do seu país, possa assistir e entender”, acredita o roteirista que sugere a possibilidade da história da professora super-heroína, com poderes capazes de proteger as florestas, ganhe versões para cinema e TV.  

Oferecido pela Fábrica de Ideias Cinemáticas (FIC) e co-realizado pelo Utopia Brasil o concurso recebeu 124 histórias das cinco regiões do país. Destas, 19 foram pré-selecionadas na primeira fase e duas receberam o prêmio no valor de R$ 60mil, por meio da Ancine, para  transformarem as propostas em projetos audiovisuais e um curso de Formação integral de Roteiristas na FIC.

O roteirista Carlos Henrique Marques também tem histórias premiadas na Europa e Estadas Unidos. Com "Rosa the Fighter", foi premiado pelo Cannes Screenplay Festival – na Categoria Drama -  e indicado  como melhor roteiro original no Burbank Film Festival  e no  Beverly Hills Film Festival na Califórnia. "Henry" recebeu prêmio Roteiro Revelação de longa metragem no UK Film Festival, no Reino Unido. E "Guinevere", premiado como o Melhor Roteiro no Los Angeles Television Script and Film Festival.

Sinopse Peregrina e o Chamado da Floresta

Peregrina  é uma professora  do pré-primário descendente de índios  de uma cidade próxima de Manaus. Franzina, praticante de capoeira, mas com  pouca agilidade para vencer sua timidez resolve participar de um ritual xamânico. Nesta experiência recebe a missão da Força (espíritos da Floresta, mãe Gaia) da Floresta de ser sua protetora  contra aqueles que querem roubar as riquezas naturais e biodiversidades para interesses próprios.

Para isso, ela recebe poderes sobrenaturais do astral como a força da onça a agilidade de uma água, astúcia da serpente e treinamento de capoeira astral. A professora Peregrina  é batizada no astral como Jaraguá Pichuna, a rainha das selvas brasileiras. Ela pinta rosto como uma guerreira índia descendente dos incas, para proteger  aqueles que ela ama e se tornar um símbolo de proteção da floresta e de seu povo indígena.

A guerreira usa como arma sua expertise da capoeira e uma lança dourada. Jaraguá Pichuna terá  como seu inimigo da  floresta o terrível Trindade um capataz, sem coração que trabalha para um homem poderoso  do congresso nacional, o corrupto Deputado Federal Renato Querilha.

Ele tem uma enorme mina clandestina de diamantes que os contrabandeia para o exterior  com  a ganância de explorar ilegalmente ainda mais a floresta com ajuda de Ongs de fachada que destroem  a biodiversidade e a vida da floresta.  Peregrina  ou Jaraguá Pitchuna terá que destruir a mina e colocar Querilha e Trindade  atrás das grades  para salvar a Floresta e o povo nativo da ganância desvairada do político corrupto.