Os Estados Unidos e a China publicaram uma nota conjunta neste domingo (18) em que se comprometem a "cooperar" na luta contra as mudanças climáticas.
O documento foi firmado após uma visita do enviado especial para o Clima de Washington, John Kerry, ao país asiático.
"Estamos comprometidos a cooperar reciprocamente e com outros países para enfrentar a crise do clima, que deve ser tratada com seriedade e com a urgência que necessita", destaca o comunicado, que ressalta que Washington e Pequim "vão reforçar as respectivas ações e cooperações no quadro dos processos multilaterais, entre as quais, a Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e o Acordo de Paris".
A nota foi assinada por Kerry e por seu homólogo chinês, Xie Zhenhua, e elenca vários aspectos de temas em que as duas maiores economias do mundo podem cooperar. Os dois países respondem sozinhos por quase metade da emissão de gases poluentes na atmosfera.
Kerry se tornou o primeiro representante do alto escalão do governo de Joe Biden a visitar a China e a visita foi interpretada como um sinal de "esperança" de que as duas nações trabalhem juntas no desafio global sobre o clima.
O comunicado ainda ressalta que os dois governos "esperam ansiosamente" pela cúpula do clima convocada por Biden para os dias 22 e 23 de abril e que deve reunir chefes de Estado e governo de 40 países.
A cooperação surge em um momento que a tensão entre Pequim e Washington continua muito alta nos campos políticos e diplomáticos em diversos temas - de tecnologia à crise em Hong Kong e Taiwan - e com sanções políticas e econômicas recíprocas.
Na sexta-feira (16), o presidente chinês, Xi Jinping, se reuniu virtualmente com seu homólogo francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, em que propôs uma parceria com a União Europeia para a luta contra as mudanças climáticas e deu a entender que não aceita a liderança de Biden sobre o tema.