Nos próximos dias 8 e 9 de abril, às 20h, o Ilê Aiyê estreia o evento “Curuzu Afrofuturista” no canal do bloco no YouTube. São duas transmissões ao vivo de mesas de conversa que se propõem a debater sobre o Afrofuturismo como movimento estético, cultural e social, que se afirma a partir de perspectivas negras, mirando num futuro onde pessoas negras existem e são diretamente responsáveis pelo mundo em que vivem. Os temas das mesas são “O Poder da Música” e “Artes e Estética”, respectivamente.
Os dois encontros giram em torno da reflexão sobre a existência negra nas artes, na política, nos mais diferentes espaços a partir do encontro entre história, tecnologia, ciência e inovação. “o Ilê Aiyê deseja fortalecer esse conceito, abordando temas como racismo, liberdade de expressão, empoderamento e projeção de futuro, problematizando questões históricas, econômicas e sociais dos negros”, defende Antônio Carlos Vovô, presidente da entidade.
No primeiro dia do “Curuzu Afrofuturista”, a mesa “O Poder da Música” recebe como convidados os artistas baianos Larissa Luz e Japa System, com mediação do professor de música e percussionista Mário Pam. O debate vai girar em torno da música como instrumento fundamental para colocar a experiência negra como central nas narrativas construídas pela arte. A ideia é especular sobre o futuro e o passado, aplicando na produção musical a junção de elementos tecnológicos e futuristas perpassados de ancestralidade e cultura negra.
O segundo encontro tem como tema “Artes e Estéticas” e reúne os convidados Diane Lima, escritora e curadora independente, e o roteirista de audiovisual Marcelo Lima, com mediação do diretor de arte Edgar Igor. A partir dos olhares e vivências dos participantes, a discussão será sobre a importância de contar novas histórias que não invisibilizem o negro nas artes e no seu dialogo na luta pela representação em qualquer forma de futuro.
Ainda neste mês de abril, nos dias 15 e 16, o bloco Ilê Aiyê realiza, no mesmo formato de mesas de conversa, o evento “Curuzu do Mundo”. Desta vez, o tema central é Turismo Étnico Cultural, e os participantes irão se dedicar a discutir o assunto a partir das experiências e potencialidades do bloco e da sua comunidade. Os temas das duas mesas são “Experiência Turísticas Afro Culturais” e “O Turismo que fortalece a Identidade Negra”.
“Curuzu Afrofuturista” é uma realização do Ilê Aiyê e da Caderno 2 Produções, com patrocínio do Governo do Estado por meio da Bahiatursa.
SERVIÇO:
CURUZU AFROFUTURISTA
Mesa 1 – O Poder da Música
Dia: 08/04 (quinta-feira)
Horário: 20h
Convidados: Larissa Luz e Japa System
Mediador: Mario Pam
Onde: Canal do Ilê Aiyê no YouTube
Mesa 2 – Artes e Estéticas
Dia: 9/4 (sexta-feira)
Horário: 20h
Convidados: Diane Lima e Marcelo Lima
Mediador: Edgar Igor
Onde: Canal do Ilê Aiyê no YouTube
PARTICIPANTES:
LARISSA LUZ - Cantora, compositora, curadora, produtora, ativista, atriz e empresária, Larissa contabiliza 10 anos de carreira. Período este que serviu para que compreendesse que as possibilidades de expressão e existência são múltiplas e complexas. As mensagens podem chegar, por exemplo, pelos discos Mudança (2012), Território Conquistado (2016) e Trovão (2019. mas também pela maneira como atua ou como faz a curadoria de um festival. Coube a ela, por exemplo, a curadoria da primeira edição brasileira do festival Afropunk (2020), um dos maiores eventos de cultura negra do mundo.
JAPA SYSTEM – O músico percussionista integra, desde 2013, a banda BaianaSystem, com a qual já participou de diversos festivais em países como Japão, Chile, Dinamarca, Portugal, Espanha, Inglaterra e Estados Unidos, além do Lollapalooza e Rock in Rio no Brasil. Com a banda, ganhou, em 2017, o 28º Prêmio da Música Brasileira e, em 2019. o Latin Grammy. É criador da "Nave System", setup musical criado que utiliza instrumentos eletrônicos e orgânicos para criação de possibilidades de comandos percussivos, que só seriam possíveis através de uma ampla quantidade de instrumentos
MARIO PAM - Professor de música e regente da banda do bloco Ilê Aiyê, Mário Pam desde a sua infância se encantou pela arte percussiva. Formado em Licenciatura em Música pela Universidade Católica do Salvador e mestrando na UFBA, hoje ministra aulas de percussão e palestra em Universidades, ONGs, escolas públicas e privadas, assim como para diversos grupos da Europa e Estados Unidos. Atualmente coordena a Associação Cultural Tambores do Mundo, que há treze anos reúne percussionistas de todo mundo para um intercâmbio musical e cultural em Salvador durante o Carnaval, além de promover ações sociais em comunidades de Salvador.
DIANE LIMA -Diane Lima é escritora, curadora independente e uma das principais vozes feministas negras na arte contemporânea brasileira. Vivendo entre São Paulo e Salvador, atualmente é co-curadora de Frestas - 3ª Trienal de Artes do SESC-SP e das exposições monográficas do artista Paulo Nazareth, na Pivô em São Paulo, e de Stella do Patrocínio no Museu Bispo do Rosário no Rio de Janeiro. Seus textos, tanto críticos quanto autobiográficos, documentam a história de uma estética radical negra contemporânea a partir de uma prática curatorial em perspectiva decolonial e feminista negra nas Américas.
MARCELO LIMA - Roteirista de audiovisual e HQs, Marcelo é Doutor em Comunicação pela UFBa, com pesquisa sobre Dramaturgia de Séries Animadas Serializadas. É professor de roteiro na Estação do Drama (UFBa), narrAtiVas (Benditas) e na Pequena Oficina de Dramaturgia (Funceb/Calendário das Artes). Escreveu a série animada Auts (PlayKids/TVE/TV Cultura); cocriou a série animada Pequenos Narradores, em finalização para a TV Aratu; e é cocriador da série animada Galera da Praia (Griot Filmes/Projeto Tamar), entre muitas outras produções No âmbito acadêmico participa das pesquisas “História da Animação na Bahia” e “Vários Mundos, Uma Bahia – um estudo sobre a construção de Mundos Ficcionais nas Séries Baianas”.
EDGAR IGOR – "Edgar Santos é diretor de arte a quase 20 anos, colecionador de quadrinhos, podcaster e produtor de conteúdo. Seus trabalhos carregam referências da cultura pop como o cinema, games e claro, HQs. Sempre inquieto, além de trabalhar criando para empresas nacionais, foi professor universitário e hoje está a frente de uma produtora de podcasts chamada Omiró".