Comportamento / Saúde

Bipolaridade não tem cura, mas pode ser controlada

Esse transtorno afeta cerca de 60 milhões de pessoas em todo o mundo

Foto: Pixabay.com/ mohamed_hassan
O transtorno bipolar tem por características alterações bruscas do humor
O transtorno bipolar tem por características alterações bruscas do humor

O Dia Mundial do Transtorno Bipolar, 30 de março, é celebrado anualmente em homenagem ao nascimento do pintor pós-impressionista holandês Vicent Van Gogh, que foi postumamente diagnosticado como provável portador do transtorno bipolar.

Esse transtorno afeta cerca de 60 milhões de pessoas em todo o mundo. Consiste tipicamente em episódios de mania e depressão, separados por períodos de humor normal.

Os episódios de mania envolvem humor elevado ou irritado, excesso de atividade, pressão de fala, autoestima inflada e uma menor necessidade de sono.

As pessoas que têm episódios de mania, mas não experimentam episódios depressivos, também são classificadas como tendo transtorno bipolar.

O objetivo da data é chamar a atenção para os transtornos bipolares, combater os preconceitos, principalmente, com os portadores da doença, e levar informação à população, já que a desinformação é uma das barreiras enfrentada pelos pacientes, familiares e profissionais da saúde.

“O transtorno bipolar tem um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes e seus familiares. Por isso, o conhecimento sobre a doença e os seus prejuízos por parte dos familiares se faz necessário, uma vez terão habilidades para lidar melhor com todo o processo do tratamento”, afirma a psiquiatra Aline Valente Chaves, médica convidada pela Prati-Donaduzzi para falar sobre a doença e membro da comissão científica da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA).

Doença

O transtorno bipolar tem por características alterações bruscas do humor que afetam a habilidade da pessoa de lidar com as tarefas do dia a dia, e interferem significativamente nas relações interpessoais e na qualidade de vida dos indivíduos.

Os sintomas costumam vir acompanhados com frequência de alteração de sono, do apetite, alterações do ânimo a alterações do pensamento, tais como extremo pessimismo e ideias suicidas na depressão e de ideias de grandiosidade e poder nos estados maníacos”, explica a psiquiatra.

A doença é identificada pelas fases de hipomania (mais leve) e de mania moderada ou grave e os estados mistos, onde há uma mescla de sintomas das ordens. A hipomania é a mania leve, muito comum e pouco diagnosticada, que pode durar poucos dias, com os mesmos sintomas, mas sem a mesma gravidade. Já a mania é caracterizada por momentos de irritação e até agressividade; expansividade do humor e aumento da energia.

O transtorno bipolar pode se manifestar em qualquer idade e o diagnóstico é capaz de ser desafiador, pois, muitas vezes, é confundido com outras doenças. Há pessoas que apresentam sintomas como ansiedade, distúrbios de atenção e comportamentais, como déficit de atenção e hiperatividade, e até mesmo mudanças constantes de humor, mas não desenvolvem bipolaridade.

Tratamento

A psiquiatra ressalta que a doença não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento adequado que inclui o uso medicamentos, psicoterapia, principalmente a Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) e mudanças no estilo de vida, tais como, o fim do consumo de substâncias psicoativas, como a cafeína, álcool e de outras drogas em geral.

Adquirir novos hábitos também colaboram com o controle do quadro como manter uma rotina de alimentação saudável e de sono regulado; praticar atividades físicas que podem ser leves, como caminhadas e natação, e qualquer atividade que contribua para a diminuição dos níveis de estresse.

Buscar orientação médica diante de qualquer sintoma é a maneira mais correta para diagnosticar corretamente a doença, assim como realizar os tratamentos adequados, resultando na melhora da qualidade de vida ao paciente e familiares.