
O soldado, no Farol da Barra
Um policial militar da Bahia, com o rosto pintado de verde e amarelo, foi morto após disparar tiros para o alto, neste domingo (28), próximo ao Farol da Barra, em Salvador. Os vídeos do flagrante tomaram conta das redes sociais. De acordo com a PM, o oficial apresentava descontrole emocional.
Equipes do Batalhão de Choque, Esquadrão Águia e da 11ª CIPM foram deslocadas para o local e o soldado acabou baleado durante a negociação com equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), no início da noite, depois de atirar contra os colegas.
Um vídeo feito pelo cinegrafista da TV Aratu, Dario Cerqueira, mostra que o soldado começou a atirar contra os colegas. Uma das balas acerta a viatura que servia de escudo para os outros policiais, que então revidaram.
O PM foi socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e levado para uma unidade médica de Salvador.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) disse que o soldado, lotado na 72ª Companhia Independente da Polícia Militar de Itacaré, no sul da Bahia, apresentou um "descontrole emocional".
Fardado e portando um fuzil e duas pistolas, ele chegou ao Farol da Barra dirigindo um carro particular, que levou até a porta principal do Farol. Depois, pintou o rosto e começou a gritar, falando em desonra. "Não vou deixar, não vou permitir que violem a dignidade e honra do trabalhador", dizia.
Em seguida, passou a atirar para o alto, provocando uma correria das pessoas que passeavam no local, um dos principais pontos turísticos de Salvador.
Ele vinha sendo seguido por viaturas da Polícia Militar desde a Avenida Sete de Setembro (onde deu os primeiros tiros), a 5 quilômetros do Farol da Barra
Confira a nota da Polícia Militar:
"A Polícia Militar lamenta pela ocorrência crítica envolvendo um integrante da corporação. Nesse sentido não poupará esforços para que todos os protocolos internacionais de gerenciamento de crises sejam adotados.
De pronto foi feito o isolamento e a contenção da área de crise, a fim de manter um espaço para iniciar o processo de negociação, para atingir o objetivo principal, que é a preservação de vidas.
O negociador do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) já está no local, assim como a equipe do Departamento de Promoção Social com um psicólogo.
Ressaltamos que o objetivo maior de todas as intervenções será a preservação da vida e o cumprimento da lei".
Um negociador da polícia, capitão Luiz Henrique, tentou convencer o soldado a se entregar, mas ele oscilava "entre momentos de lucidez e loucura", segundo o comandante do Bope, major Clédson Conceição.
"Aproximadamente às 18h35, o soldado verbalizou que havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou os disparos contra as equipes do Bope", disse a Secretaria de Segurança Pública.
As informações são de que o soldado foi atingido no abdômen, tórax e uma da pernas. Socorrido, foi levado para o HGE-Hospital Geral, onde morreu.
"Buscamos, utilizando técnicas internacionais de negociação, impedir um confronto, mas o militar atacou as nossas equipes. Além de colocar em risco os militares, estávamos em uma área residencial, expondo também os moradores", declarou o comandante do Bope.