A Organização Meteorológica Mundial, OMM, informou esta terça-feira que o evento La Niña 2020-2021 ultrapassou seu pico, mas os impactos nas temperaturas, precipitação e padrões de tempestade continuam.
Apesar da influência de resfriamento do fenômeno natural, a agência espera que as temperaturas do planeta fiquem acima do normal para a maior parte do globo nos meses entre fevereiro e abril.
Prevenção
Segundo a OMM, o evento desse ano teve uma força moderada e há uma probabilidade de 65% de que persistirá nesses meses.
Em comunicado, o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, lembrou que “o El Niño e La Niña são os principais motores do sistema climático da Terra.”
Apesar disso, ele disse que “todos os eventos climáticos naturais ocorrem agora no contexto da mudança climática causada pelo homem, que está aumentando as temperaturas, exacerbando as condições meteorológicas extremas, afetando os padrões de chuva sazonal e complicando a prevenção e gestão de desastres.”
Petteri Taalas disse ainda que, graças à capacidade de prever esses eventos com antecedência, a agência e a comunidade humanitária conseguiram fortalecer seu apoio aos governos para mobilizar os preparativos e salvar vidas.
Temperaturas
O La Niña tem um efeito de resfriamento global temporário, mas não foi suficiente para evitar que 2020 fosse um dos três anos mais quentes já registrados.
Os efeitos são normalmente mais fortes no segundo ano do evento, mas ainda não se sabe até que ponto.
Exceto em algumas áreas, as temperaturas da terra devem ficar acima do normal entre fevereiro e abril. As maiores probabilidades de temperaturas acima do normal ocorrem no oeste, centro e leste da Ásia e na metade sul da América do Norte.
Temperaturas acima do normal também são esperadas ??em grande parte do hemisfério norte, sul, centro e leste da América do Sul e regiões equatoriais e do norte da África.
Temperaturas abaixo do normal são mais prováveis ??no norte da América do Sul.
Chuva
Em relação a precipitação, até o momento, muitas partes da África Austral tiveram chuvas acima da média, mas Moçambique e Madagascar tiveram pouca ou nenhuma chuva.
Na América do Sul, grande parte desta região viu chuvas abaixo do normal nos últimos meses, com o Uruguai, o Brasil central e o norte da Argentina tendo chuvas significativamente abaixo do normal. A tendência deve continuar.