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Saiba o que pode destruir o esmalte do seu dente e quais as soluções

O esmalte é o responsável por proteger a polpa dentária e a dentina, que são as partes mais sensíveis dos dentes

Foto: Bru-nO/Pixabay.com
A perda do esmalte dentário tem diversas origens e afeta pessoas de todas as idades
A perda do esmalte dentário tem diversas origens e afeta pessoas de todas as idades

O esmalte dentário é o tecido mais mineralizado do corpo humano e é um dos elementos que formam a arcada dentária.

Ele é responsável por proteger a polpa dentária e a dentina, que são as partes mais sensíveis dos dentes. Essas duas estruturas têm terminações nervosas que precisam estar protegidas para não causar dor.

O esmalte também é responsável pelo revestimento da coroa do dente, o que justifica sua grande resistência para proteger os outros tecidos dentários.

“Daí a importância de adotar bons hábitos e cuidar bem da higiene bucal, uma vez que a perda do esmalte pode trazer consequências irreversíveis”, salienta a Dra. Maria Geovânia Ferreira, dentista, membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (SBOE) e da Sociedade Brasileira de Toxina Botulínica e Implantes Faciais na Odontologia (SBTI), e professora assistente de anatomia facial no Miami Anatomical Research Center, Estados Unidos.

Perda do esmalte do dente

A perda do esmalte do dente é resultado de um desgaste que ocorre devido a maus hábitos e o consumo de determinados alimentos.

“Nem sempre é possível identificar o problema no estágio inicial, pois, quando os sintomas começam a surgir, é porque já houve um grande desgaste dentário”, diz Maria Geovânia.

O sintoma para o desgaste é a sensibilidade ao consumir doces e alimentos/bebidas quentes ou frios. “Quando o problema já está bastante avançado, o quadro de dores tende a piorar, podendo, inclusive, aparecer manchas e rachaduras”.

A perda do esmalte dentário tem diversas origens e afeta pessoas de todas as idades. Confira as principais causas:

-Escovação inadequada - Alguns hábitos durante a escovação causam prejuízo ao esmalte dentário. O uso de escovas de cerdas duras e o costume de colocar muita força durante a escovação agride o esmalte, causando desgaste ao longo do tempo.

Uso de cremes dentais abrasivos - Os cremes dentais abrasivos, aqueles que prometem clarear os dentes, podem trazer danos ao esmalte dentário se usados durante muito tempo. “Opte por pastas que não causem atrito, preservando o tecido mineralizado”, pontua Maria Geovânia.

Bruxismo - O bruxismo (ato involuntário de ranger e apertar os dentes) é outro causador da perda de esmalte dentário. Isso acontece devido ao atrito que ocorre entre a arcada dentária superior e inferior.

Alimentação inadequada - O consumo excessivo de alimentos e bebidas açucarados e com grande teor de acidez alteram o PH natural da saliva, deixando a boca ácida e contribuindo para o desgaste do esmalte.

Cáries - Quando um dente está com cárie, significa que está cheio de bactérias. Esses microrganismos produzem ácidos que, aos poucos, causam a desmineralização do esmalte dentário.

Problemas na mordida - O desalinhamento dentário também contribui para o desgaste do esmalte dos dentes. “Pacientes com problemas na mordida são fortes candidatos a desenvolver o problema, já que o processo de mastigação é prejudicado, gerando a perda do mineral”, ressalta Geovânia.

Refluxo gastroesofágico - Pacientes que sofrem de gastrite também podem sofrer com a erosão do esmalte dentário. Isso acontece porque o refluxo leva ácidos contidos no estômago para a boca, deixando a saliva ácida e contribuindo para o desgaste nos dentes.

Maus hábitos - Pessoas que têm o hábito de morder tampas de caneta a abrir objetos com os dentes correm sério risco de prejudicar sua estrutura dentária.

Como tratar - Felizmente, é possível reverter o quadro da perda de esmalte e restaurar a estrutura dentária do paciente. O tratamento é feito de acordo com a causa do problema. Confira:

Aplicação de flúor e uso de produtos específicos - Quando o problema está no estágio inicial, o dentista adotará medidas que ajudem no processo de mineralização dos dentes. “Nestes casos, a aplicação de flúor e o uso de pastas dentais específicas ajudam a reverter o quadro, reestabelecendo e fortalecendo a camada dentária”, diz Maria Geovânia.

Restaurações, coroas e blocos - Quando o quadro de desgaste já está em estágio avançado e não há como remineralizar o dente, é preciso adotar medidas mais invasivas. Nesses casos, o dentista pode fazer uma restauração para devolver o formato do dente. Em casos mais graves, quando há uma perda muito grande do esmalte dentário, a melhor solução é o uso de coroas e blocos de porcelana.

Uso de placas miorrelaxantes - Quando a causa do problema está relacionada ao bruxismo, o uso de placas miorrelaxantes é a melhor opção. As placas são confeccionadas em acrílico, acetado ou silicone, que devem ser usados durante o dia ou à noite para evitar que o problema se agrave.

Laminados de porcelana - As facetas de porcelana e lentes de contato também são boas opções para tratar a perda do esmalte dentário. O procedimento é indicado para casos em que o problema já está muito extenso e a aparência do sorriso fica prejudicada. Além de devolver a estética do sorriso, essas peças cumprem perfeitamente as funções mastigatórias dos dentes.

Os laminados são peças finas confeccionadas de acordo com a arcada dentária do paciente. Eles são aderidos na parte externa dos dentes e o procedimento é simples, indolor e em poucas sessões o paciente sai do consultório com o sorriso renovado.

“A perda do esmalte do dente é um problema que prejudica a estética e a saúde do sorriso. Quando bem cuidadas, as facetas e lentes de contato duram por muitas décadas. Entretanto, isso dependerá dos hábitos e cuidados do paciente”, finaliza Maria Geovânia.