Em decisão unânime, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na tarde desta sexta-feira (22) o uso emergencial de mais 4,8 milhões de doses da vacina CoronaVac.
A solicitação para a utilização de mais um lote do imunizante produzido em parceria com o laboratório chinês Sinovac foi feita pelo Instituto Butantan no dia 18 de janeiro.
No último domingo (17), a Anvisa já havia liberado as primeiras 6 milhões de doses, todas importadas da China, que já começaram a ser distribuídas pelo Ministério da Saúde. Desta vez, porém, o pedido foi feito para doses envasadas no Brasil.
Durante a reunião da diretoria da agência, os funcionários da área técnica apresentaram os dados do imunizante e recomendaram a aprovação. Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos, chegou a ressaltar que não existem "alternativas terapêuticas" para o tratamento da Covid-19.
"Tendo em vista o cenário da pandemia, o aumento do número de casos, ausência de alterativas terapêuticas, específicas para a Covid, recomendamos a aprovação dessa vacina nessas condições, mas com monitoramento das incertezas", disse o especialista técnico.
Além de Mendes, o gerente-geral de Inspeção e Fiscalização Sanitária da Anvisa, Fabrício Carneiro de Oliveira, também recomendou a aprovação, reforçando que em mais de 5 mil doses analisadas, não foi identificada nenhuma contaminação depois da incubação. Isso "demonstra que os procedimentos estão adequados para permitir que não haja contaminação involuntária", afirmou.
Na sequência, a relatora Meiruze Sousa Freitas, os diretores Rômison Rodrigues Mota, Alex Machado Campos e Cristiane Rose Jourdan e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, votaram a favor do uso das doses.
Segundo Freitas, "os benefícios conhecidos e potenciais da vacina superam os riscos", apesar de algumas incertezas ainda existentes devido ao estágio de desenvolvimento da vacina.