Os líderes dos Estados-membros da União Europeia chegaram nesta sexta-feira (11) a um acordo para reduzir as emissões líquidas de poluentes no bloco em pelo menos 55% até 2030.O
O compromisso foi confirmado durante cúpula do Conselho Europeu, principal órgão político da UE e que reúne os governantes de todos os países da União.
"A Europa é líder na luta contra as mudanças climáticas. Decidimos cortar as emissões em pelo menos 55% até 2030", escreveu no Twitter o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. Segundo a presidente da Comissão Europeia (poder Executivo da UE), Ursula von der Leyen, a nova meta permitirá atingir a "neutralidade climática" no bloco em 2050.
O objetivo anterior da União Europeia era diminuir as emissões de poluentes em 40% até 2030. "Esse é um resultado importante, valeu a pena não dormir uma noite", declarou a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, após uma madrugada de discussões com os líderes europeus.
A nova meta chega na véspera de uma cúpula climática promovida pelas Nações Unidas (ONU) como evento preparatório para a COP26, em 2021. O encontro será virtual e terá a presença de cerca de 80 países, mas, até o momento, o presidente Jair Bolsonaro não está entre os oradores. O evento reunirá apenas nações dispostas a assumir metas mais ambiciosas contra a crise climática do que as estabelecidas anteriormente.
Críticas - Apesar do entusiasmo dos líderes europeus, o novo objetivo de redução de emissões não empolgou entidades ambientalistas. Por meio de uma nota, o Greenpeace definiu o acordo como "pouco ambicioso" e acusou os líderes políticos de terem "medo de enfrentar os grandes poluidores".
Segundo a ONG, a presença do termo "emissões líquidas" indica que, mais do que reduzir a geração de poluição, a UE pretende confiar em florestas e sumidouros para absorver os gases causadores do efeito estufa. Já o WWF disse que o pacto é "decepcionante" e "esnoba as indicações da comunidade científica". A entidade cobra uma "redução efetiva de 65% nas emissões até 2030 para evitar maiores riscos ligados ao aquecimento global".