Leandro Trajano

Você está endividado? Veja o que fazer para sair do buraco

No Brasil, são mais de 63 milhões de inadimplentes


Foto: Pixabay/Creative Commons

Vivemos num país onde a situação de endividamento realmente é bastante crítica, isso a parte do momento em que vivemos. A estatística é alarmante, mas real: 55% dos brasileiros gastam mais do que ganham. O resultado disso é a crescente no número de pessoas endividadas.

Outra triste estatística é que, no Brasil, são mais de 63 milhões de inadimplentes, isto é, praticamente a população da Itália ou Inglaterra de inadimplentes dentro do Brasil.

São números de antes do coronavírus, estatísticas que certamente crescerão bastante nas próximas parciais. Vale conceituar melhor: eu estou endividado e provavelmente você também está, isso porque eu já usei o cartão de crédito algumas vezes esse mês, o que me gerou dívidas e, se eu não pagar até o vencimento da fatura, sim, abro as portas para entrar na estatística dos inadimplentes.

E, nessa pesquisa, se considerou pessoas que têm pelo menos duas contas que já venceram há pelo menos um mês e ainda não foram pagas. Fazendo parte então daquela máxima de que “devo não nego, pago quando puder”, e pra muita gente esse prazo de inadimplência deve esticar um pouco nesse período.

E se você está vivendo essa situação, está enrolado, endividado, poucos tem como recorrer a terceiros para RESOLVER a situação, depende apenas de você, é a única pessoa capaz de virar o jogo, e deve correr atrás, tomar atitudes para mudar de vida e sair dessa situação.

Reuni aqui, alguns pontos fundamentais para que você possa dar os primeiros passos. Lembre sempre: só depende de você, das suas ações para sair dessa situação!

O ponto básico é parar de cavar o buraco. Isso mesmo: se você está no buraco, a primeira coisa que deve fazer é parar de cavar.

Comumente as pessoas que se encontram em situação de endividamento, ficam mês a mês cavando ainda mais o buraco, ou seja, seguem se endividando, gastando mais do que ganham um mês após o outro.

A meta é se organizar, reduzir despesas, cortar mesmo, substituir, renegociar e procurar gerar renda extra, de forma que seja possível fechar o mês empatado ou no positivo, para que comece a formar reserva e ter condição de negociar com os credores.

Um segundo ponto importante: reorganize o seu orçamento, para isso, tenha um orçamento. Acredite, a maioria das pessoas não tem e isso  te ajuda num direcionamento, você lista as categorias e subcategorias de despesas, e isso é bem importante, uma vez que as pessoas têm o hábito de subestimar o que gastam.

É essencial entender, mapear as suas despesas fixas e variáveis, fazer alguns cortes de gastos extras, supérfluos, ainda mais nesse momento, como vimos aqui na última semana, é tempo de austeridade, contingenciamento.

Muitos brasileiros chegam nessa situação de endividamento devido ao uso do cartão de crédito e das frequentes compras parceladas. Avalie se ele é um amigo ou vilão na sua vida financeira, há várias formas de usar o cartão de um jeito mais inteligente, coerente, e se não tiver dando certo pra você, talvez o ideal seja radicalizar e realmente não ter um.

O próximo passo é você mudar pouco a pouco a sua mentalidade, seja positivo! Acredite e faça por onde a situação mudar, ou seja, não basta acreditar, é necessário AGIR!

É indispensável que você deixe de lado o pensamento negativo e procure as possibilidades, oportunidades que existem, converse com as pessoas que confia, leia, pesquise e corra atrás, digo isso porque muitas pessoas que se encontram numa situação difícil, agravam o cenário com pensamentos e pessoas negativas por perto, e com isso ficam paralisadas e muitas vezes até pioram a situação, chegam no trabalho para baixo, de mau humor, com a produtividade em queda e o desempenho cada vez menor, com isso o risco de perder o emprego, ter a renda caindo, o que pode desencadear num cenário ainda mais tenebroso.

Outra coisa que pode te ajudar, é você ver se tem alguma coisa em casa que possa se desfazer, que não esteja usando no dia a dia e que podes vender, e se não quiser vender, doar também te fará bem e ajuda a “desentulhar” as coisas em casa. Às vezes, é importante também considerar coisas que você usa, e que podem contribuir, o carro por exemplo.

Numa situação extrema, pode ser uma alternativa de reverter o bem em alguns meses de sustento e tranquilidade, gerando capital com a venda ou repasse dele, além de reduzir as despesas mensais que o carro nos traz.

Tente fazer uma renda extra, pense em alguma habilidade, algo que seja possível fazer sem tirar o foco do seu trabalho, nas horas livres. Pense na possibilidade do escambo, isso mesmo, a troca, o que deu também origem ao dinheiro no passado, certamente tem alguma coisa que você não quer e que alguém está precisando, e com isso a possibilidade da troca sem despesas para vocês.

Por fim, tenha clareza das suas dívidas. Muita gente imagina um valor e quando vai para a ponta do lápis, vê que a realidade é diferente. Alguns casos para pior, e outros para uma situação até melhor do que se imaginava estar. Coloque isso num papel ou no Excel, listando os credores, saldo devedor, valor da parcela, juros e demais detalhes que te ajudem a entender melhor a situação real.

Na hora de começar a quitar as suas dívidas, elenque uma ordem e priorize pagar primeiro aquelas que têm juros mais altos ou que te deixam constrangidos, como pode ser o caso de empréstimos com algum amigo ou familiar.

Tire um tempo da sua semana, do seu mês e dedique para organizar a sua vida financeira, para que pouco a pouco você tenha as rédeas nas mãos.

Leandro Trajano no Instagram @personalfinanceiro