Bahia / Nordeste

Bahia tem maior número de pessoas procurando trabalho

Na Bahia, o número de pessoas procurando trabalho (desocupadas) aumentou pela primeira vez desde maio

Na esteira da reabertura progressiva de uma série de atividades, em agosto, na Bahia, o número de pessoas desocupadas, ou seja, que não estavam trabalhando e tomaram alguma iniciativa para procurar trabalho, aumentou de forma significativa pela primeira vez desde maio, chegando a 1,078 milhão. 

Em relação a julho, essa população desocupada cresceu 16,7% em todo o estado, o que significou mais 154 mil pessoas procurando trabalho em um mês - o maior aumento absoluto do país. 

Com o crescimento do número de desocupados, a taxa de desocupação também aumentou na Bahia, chegando a 18,1% em agosto, a maior do Brasil e 2,2 pontos percentuais acima do indicador de julho (15,9%).

No Brasil como um todo, a taxa de desocupação passou de 13,1% para 13,6%, entre julho e agosto, com altas em 19 das 27 unidades da Federação. A diferença na Bahia (+2,2 pontos percentuais) foi a terceira maior entre os estados.

Como consequência da retomada da busca por trabalho na Bahia, pela primeira vez desde maio diminuiu um pouco (-6,4%) o número de pessoas que não estavam trabalhando, queriam trabalhar, mas nem chegaram a procurar emprego por causa da pandemia ou por não haver oportunidades onde viviam. 

Esse grupo chegou a 2,161 milhões de pessoas em agosto, no estado, frente a 2,310 milhões em julho (menos 149 mil nessa situação). Ainda assim, manteve-se como segundo maior do país, abaixo apenas de São Paulo, onde 2,880 milhões de pessoas se encontravam nessa situação. 

Com altas em 6 das 11 atividades, número de pessoas trabalhando na Bahia se mantém estável entre julho e agosto, em cerca de 4,9 milhões 

Em agosto, 4,880 milhões de pessoas de 14 anos ou mais trabalhavam na Bahia, ou seja, estavam ocupadas, fossem formais ou informais. Esse número se manteve praticamente igual ao de julho, quando eram 4,882 milhões de trabalhadores no estado. 

Entre julho e agosto, na Bahia, houve saldo positivo no número de trabalhadores em 6 dos 11 grupos de atividades investigados pelo IBGE.

Os segmentos de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-73 mil trabalhadores entre julho e agosto), outras atividades (-16 mil ocupados) e alojamento e alimentação (-11 mil) mostraram as maiores reduções no número de trabalhadores.

Por outro lado, a atividade de comércio, reparação de veículo automotores e motocicletas teve o maior aumento no número de trabalhadores entre julho e agosto (+34 mil ocupados), seguida por informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+18 mil trabalhadores) e construção (+17 mil trabalhadores).

Em agosto, a taxa de informalidade na Bahia, ou seja, a proporção de trabalhadores informais no total da população ocupada, seguiu em queda, chegando a 45,5% (frente a 46,1% em julho e 48,0% em maio e junho). Isso significa que, no estado, 2,219 milhões de pessoas eram empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos sem carteira assinada; empregadores ou trabalhadores por conta própria que não contribuíam para o INSS; ou trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente.

Entre julho e agosto, o número de trabalhadores que estavam afastados de suas atividades profissionais por causa da necessidade de isolamento imposta pela pandemia da Covid-19 também caiu novamente e chegou a 321 mil pessoas na Bahia, representando 6,5% dos ocupados no estado. 

Já a adoção do trabalho remoto se manteve praticamente estável. Em agosto, na Bahia, 320 mil pessoas ocupadas estavam em home office (6,6% do total), frente a 326 mil pessoas em julho (6,7% dos trabalhadores).

De julho para agosto, proporção de trabalhadores com redução salarial na Bahia segue em queda, mas se mantém a maior do país (33,4%)

Em agosto, a pandemia seguiu impactando negativamente o rendimento médio mensal dos trabalhadores na Bahia, e o estado teve, mais uma vez, a maior proporção de pessoas ocupadas com redução salarial do país, ainda que esse número venha caindo desde maio.

No mês passado, 33,4% das pessoas ocupadas na Bahia (ou 1,594 milhão de trabalhadores) tiveram redução no que de fato receberam (rendimento efetivo), comparado com o que costumavam receber (rendimento habitual). 

A redução média no rendimento de trabalho na Bahia, em agosto, foi de 12,9%. Habitualmente, os trabalhadores no estado tinham um rendimento médio mensal de R$ 1.730, em agosto receberam efetivamente R$ 1.507 (menos R$ 224). 

Em agosto, quase 6 em cada 10 domicílios na Bahia tinham ao menos um morador que recebeu algum tipo de auxílio emergencial: 58,8% do total ou 2,862 milhões de residências atendidas. 

Pela primeira vez desde maio, esse número mostrou um discreto recuo, já que em julho 2,889 milhões de domicílios baianos tinham ao menos um morador recebendo auxílio (59,8% do total). Ainda assim, em agosto a Bahia tinha o 3º maior contingente de domicílios recendo o auxílio emergencial e o 8º percentual. 

Em agosto, a Bahia tinha o 3o maior nível de isolamento social entre os estados brasileiros: 4 em cada 10 pessoas ficaram em casa e só saíram por necessidade básica (43,1% da população baiana, o que equivalia a 6,436 milhões de pessoas), enquanto quase 3 em cada 10 pessoas disseram estar rigorosamente isoladas (26,7% da população, ou 3,977 milhões). 

Somando esses dois grupos, chegava-se a 7 em cada 10 moradores do estado em algum grau de isolamento (69,8% ou 10,414 milhões de pessoas), percentual que só ficava abaixo dos verificados no Piauí (71,7% em algum grau de isolamento) e em Alagoas (70,4%).

Em agosto, os estados com menor adesão ao isolamento social eram Amazonas (50,0% da população em algum nível de isolamento), Rondônia (54,6%) e Mato Grosso (55,1%). 

Apesar de a Bahia ainda estar entre os líderes do isolamento social, de julho para agosto 414 mil pessoas no estado flexibilizaram de alguma forma esse afastamento. O número dos que estavam rigorosamente isolados caiu 5,7%, entre um mês e outro, o que representou menos 240 mil nessa condição. Já o grupo que só saía de casa para necessidades básicas se reduziu em 2,6% (menos 174 mil pessoas).

Por outro lado, no mês em que as medidas de reabertura de muitas atividades se iniciaram na Bahia, cresceu o número de pessoas que ainda reduziam o contato, mas saíam de casa ou recebiam visitas. Esse grupo cresceu 10,9% frente a julho, somando mais 422 mil pessoas e chegando a 4,310 milhões em agosto (28,9% da população do estado), passando a ser maior que os rigorosamente isolados. 

Entre as pessoas que estavam rigorosamente isoladas na Bahia, em agosto, predominavam as mulheres (55,8% desse grupo), as crianças até 13 anos de idade (49,0%) e os menos escolarizados (73,9% não tinham instrução até o fundamental incompleto). 

Já entre as pessoas que tinham flexibilizado o isolamento (continuavam saindo ou recebendo visitas), a grande maioria eram homens (61,2%), adultos de 30 a 49 anos de idade (50,1%), com ensino médio completo a superior incompleto - um perfil fortemente relacionado à participação no mercado de trabalho. 

Entre os rigorosamente isolados, os pretos ou pardos estavam um pouco menos presentes (79,1% desse grupo) do que entre aqueles em isolamento flexibilizado (81,9%). A maior presença de pretos ou pardos estava entre as pessoas que não faziam nenhuma restrição ao convívio social em agosto: eles representavam 83,9% desse grupo, que era, por sua vez, bastante reduzido na Bahia, somando 151 mil pessoas, apenas 1,0% de toda a população do estado.

Em agosto, na Bahia, 1 em cada 3 pessoas que frequentavam escola não teve nenhuma atividade escolar disponibilizada, o que representou 1,192 milhão de estudantes.O percentual de escolares sem atividades no estado (33,9%) foi o terceiro maior do país, abaixo apenas do Pará (51,0%) e de Tocantins (38,6%). 

No Brasil como um todo, 16,6% das pessoas que frequentavam escola não tiveram atividades disponibilizadas em agosto. Paraná (4,4%), Mato Grosso do Sul (5,6%) e Santa Catarina (5,7%) tiveram os menores percentuais de estudantes sem atividades no mês.

Embora ainda alto, o percentual de estudantes sem atividades escolares na Bahia se reduziu um pouco em relação a julho, quando havia sido de 35,6% (o 5o maior entre os estados). De um mês para o outro o número de estudantes sem atividades no estado caiu 2,6%, o que representou menos 32 mil pessoas nessa situação.

Na Bahia, não ter tarefas escolares era uma situação mais frequente entre os estudantes mais velhos (46,4% dos que tinham entre 17 e 29 anos de idade não tiveram tarefas disponíveis); no ensino médio (46,8% dos estudantes nesse nível não tiveram atividades); entre os estudantes pretos ou pardos (35,1% ficaram sem atividades); e entre aqueles na faixa de rendimento domiciliar per capita mais baixa (39,6% dos que tinham renda domiciliar per capita até 1/2 salário mínimo não tiveram atividades).

Até agosto, 8,7% da população baiana havia feito algum tipo de teste para detectar a Covid-19, o que representou um total de 1,292 milhão de pessoas. 

Esse número cresceu 41,8% entre julho e agosto, o que representou mais 380 mil pessoas testadas em um mês, no estado. Foi o segundo maior aumento absoluto do país, abaixo apenas do verificado em São Paulo, onde mais 1,252 milhão de pessoas foram testadas entre julho e agosto (+40,4%).

O percentual de testados na Bahia até agosto (8,7%) ficou próximo do verificado no país como um todo e foi o 13o entre as 27 unidades da Federação. Do início da pandemia até agosto, cerca de 17,9 milhões de pessoas no Brasil, ou 8,5% da população, haviam feito algum teste para diagnóstico da Covid19. 

O Distrito Federal (19,4%) se manteve com a maior proporção de testados, seguido por Piauí (14,4%) e Roraima (12,0%). Por outro lado, Pernambuco seguiu com o menor percentual entre os estados (5,8%), atrás de Acre (6,0%) e Minas Gerais (6,1%). 

Na Bahia, dos 1,292 milhão que informaram ter sido testados para a Covid-19 até agosto, 254 mil (19,6%) tiveram resultado positivo, o que representou 1,7% de toda a população do estado. Este percentual foi o 19o entre as 27 unidades da Federação. 

Roraima (7,0%), Amapá (5,8%) e Distrito Federal (4,1%) tiveram os maiores percentuais da população com teste positivo para a doença. Rio Grande do Sul (0,8%), Minas Gerais (0,9%) e Paraná (1,1%), os menores.

No Brasil como um todo, 1,8% de toda a população havia testado positivo para a Covid-19 em agosto, o que representou 3,9 milhões de pessoas, 21,9% das que informaram ter realizado algum teste. 

Em agosto, na Bahia, 970 mil pessoas, ou 6,5% da população, apresentaram pelo menos 1 dos 12 sintomas associados à síndrome gripal investigados pela PNAD COVID19 (febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular).

O número de pessoas com algum sintoma no estado diminuiu pelo terceiro mês consecutivo, ficando abaixo da casa do milhão pela primeira vez, desde maio. Ainda assim, em agosto, a Bahia se manteve com o terceiro maior contigente de pessoas que relataram ter tido ao menos um sintoma de gripe, atrás de São Paulo (2,695 milhões de pessoas, 5,8% da população) e Minas Gerais (1,354 milhão de pessoas ou 6,4% da população).

No Brasil como um todo, em agosto, 12,136 milhões de pessoas apresentaram ao menos um sintoma de gripe, o que representou 5,7% da população. Foi também o terceiro recuo consecutivo nesse número, que chegou ao seu patamar mais baixo desde maio.

Os maiores percentuais de pessoas com ao menos um sintoma de síndrome gripal em agosto ocorreram na Paraíba (8,2%), no Rio Grande do Sul (8,2%) e em Sergipe (7,8%); os menores, em Rio de Janeiro (3,0%), Piauí (4,0%) e Santa Catarina (4,4%). A Bahia tinha o 7o maior percentual em agosto (6,5%), empatada com o Maranhão.

Das 970 mil pessoas com ao menos um sintoma que podia estar associado à Covid-19 em agosto, na Bahia, 170 mil (17,5%) procuraram atendimento médico em algum estabelecimento de saúde. 

O número absoluto recuou pela segunda vez consecutiva. Em julho, 215 mil pessoas com sintoma haviam procurado atendimento no estado, 45 mil a mais que em agosto. O percentual também caiu, de 18,7% em julho para 17,5% em agosto, e foi a segunda menor proporção de pessoas com sintomas buscando atendimento entre os estados, ficando acima apenas do Amapá (15,2%).

No Brasil como um todo, em agosto, 23,4% dos que apresentaram ao menos um sintoma (ou 2,8 milhões de pessoas) procuraram atendimento em estabelecimento de saúde.