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Athletico PR supera altitude e vence na retomada da Libertadores

O time paranaense ficou duas vezes atrás no marcador

Foto: Athletico PR
Walter comemora gol do Athletico PR

O Athletico conseguiu uma vitória histórica na noite desta terça-feira na retomada da Copa Libertadores. Mesmo atrás do placar em duas oportunidades e jogando na altitude, o Furacão bateu o Jorge Wilstermann-BOL, por 3 a 2.

A partida válida pela terceira rodada do Grupo C foi realizada no Estádio Félix Capriles, em Cochabamba, e teve como principal personagem o atacante Walter. Muito mais magro, o jogador entrou nos minutos finais e nos acréscimos fez o gol da vitória rubronegra.

Com essa vitória, o Athletico assumiu a liderança da chave com os mesmos seis pontos do Colo Colo-CHI, mas na frente por causa do saldo de gols (1 contra 0). Já Jorge Wilstermann-BOL e Peñarol-PAR estão com três.

Mesmo sem disputar uma partida oficial há seis meses, o Jorge Wilstermann começou bem melhor do que o Athletico e quase marcou aos oito minutos. Chávez chutou e Santos defendeu. No minuto seguinte, porém, o time boliviano abriu o placar.

Gilbert Álvarez recebeu lançamento nas costas do zagueiro, Santos demorou para sair e foi deixado para trás pelo atacante, que completou para o gol aberto. Na sequência, Chávez cobrou falta e Santos espalmou para escanteio.

A primeira chegada perigosa do Athletico-PR foi aos 19. Márcio Azevedo cruzou e Lucho González, dentro da pequena área, furou o cabeceio. Aos poucos, o Furacão foi conseguindo equilibrar as ações, se aproximando do empate.

Após novo cruzamento, Lucho González cabeceou e Giménez defendeu no reflexo. A pressão surtiu efeito. Zenteno derrubou Fabinho dentro da área e o árbitro assinalou pênalti, convertido por Lucho González. Logo depois, Giménez impediu a virada ao espalmar cabeçada de Fabinho.

Logo no início do segundo tempo, Fabinho recebeu dentro da área e bateu para fora. Aos dez minutos, em uma falha generalizada da zaga rubronegra, Serginho apareceu livre na marca do pênalti para completar cruzamento no canto de Santos.

O Athletico parece ter sentido o segundo gol do Jorge Wilstermann e não conseguia criar lances ofensivos. Até que, aos 27 minutos, Christian tabelou com Fabinho, deixou um marcador no chão e bateu na saída do goleiro, empatando a partida.

Quase que o Jorge Wilstermann volta a ficar na frente do placar aos 37. Arrascaita cabeceou e Santos foi buscar no cantinho, fazendo uma grande defesa. Nos minutos finais, Serginho recebeu o segundo amarelo e deixou o time boliviano com um homem a menos.

E o Furacão soube aproveitar a superioridade numérica para virar aos 47 minutos do segundo tempo. Walter recebeu cruzamento de Jonathan, dominou e bateu no cantinho do goleiro.

Próximos jogos - O Jorge Wilstermann volta a campo na próxima quinta-feira, contra o Peñarol, novamente no Félix Capriles, em Cochabamba, na Bolívia. Na quarta, o Athletico recebe o Colo Colo, na Arena da Baixada, em Curitiba.

Ficha do jogo
Jorge Wilstermann 2 x 3 Athletico PR


Jorge Wilstermann-BOL
Giménez;
Zenteno, Benegas, Aponte e Justiniano;
Chávez, Melgar (Torrico), Pato Rodríguez (Arrascaita) e Orfano;
Serginho e Gilbert Álvarez (Pedriel).
Técnico: Cristian Leonel Díaz

Athletico-BRA
Santos;
Jonathan, Aguilar, Pedro Henrique e Márcio Azevedo (Abner Vinícius);
Wellington, Lucho González (Pedrinho), Erick e Christian (Walter);
Geuvânio (Ravanelli) e Fabinho (Carlos Eduardo).
Técnico: Eduardo Barros.

O que esperar dessa nova Libertadores?

E a Copa Libertadores da América está de volta. A Conmebol marcou para esta terça-feira (15) quatro jogos que ocorrerão no Brasil (Santos x Olimpia) , Peru, Bolívia (Jorge Wiltermann x Athletico-PR) e Chile. E qual a notícia de mais impacto para esse dia? O fato de o Boca Juniors, da Argentina, ter sido liberado para viajar para o Paraguai, onde joga na quinta-feira (17), mesmo com cerca de 15 de seus jogadores infectados pelo novo coronavírus (covid-19). 

Como concordar com uma atitude dessas? Não é possível priorizar a questão esportiva em detrimento da sanitária. Por mais protocolos de segurança que tenham sido impostos pelas autoridades locais e pela Conmebol, como explicar para o povo paraguaio que ele pode ficar tranquilo, que nada vai acontecer de errado?

Dados publicados no site da Organização Mundial da Saúde (OMS), com números atualizados até segunda-feira (14), mostram que, na América do Sul o Paraguai ocupa a nona posição na lista de dez países com casos confirmados de covid-19: são ao todo 27.817 infectados e   525 mortes registradas. Em último lugar está o Uruguai, com 1.808 casos confirmados da doença  e 45 mortes. O Uruguai se destaca entre os países que melhor soube combater a disseminação da covid-19, com sacrifício da economia e, claro, da população. E agora o futebol permite a entrada no país de pessoas com resultado positivo para o vírus? Dizem as autoridades médicas que esses jogadores não transmitem mais a doença, mas dá para confiar, com tanta desinformação circulando sobre a covid-19?

Isso é um fato apenas. Porque, certamente, teremos muitos outros. São dez países, com situações bem diversas. Peru e Colômbia tiveram mais de 700 mil casos e registro superior a 22 mil mortes cada um. E,  é óbvio que não podemos esquecer de nós, que também vamos receber essas equipes do continente.

Como se não bastasse tudo isso, há o aspecto esportivo. Foram seis meses de paralisação, e pouquíssimos clubes escaparam sem prejuízo desse período. Aqui no Brasil, por exemplo, o Grêmio e o Athletico-PR passam por momentos difíceis no Brasileirão. O Flamengo não mostra nem de longe o futebol que o levou ao título ano passado. Palmeiras, Santos, Internacional e Atlético Mineiro estão irregulares e não dá para a gente dizer que são favoritos em seus jogos.

Mas, e os rivais? Os mais tradicionais, como argentinos, uruguaios e chilenos, também não estão no ápice de suas condições e os tropeços são esperados. E, assim, prever algo nessa Libertadores é um palpite no escuro.

É bom lembrar que algumas regras mudaram, como o número de substituições, a inscrição de jogadores e, pasmem, a possibilidade de um árbitro local ser escalado em alguma partida. Para quem duvida do árbitro de vídeo (VAR), imagine como será uma marcação duvidosa de um árbitro “da casa”, numa Libertadores onde o passado de arbitragens suspeitas a condena?

E, antes que eu esqueça, você sabe de que forma assistirá aos jogos da Copa Libertadores? Porque isso também mudou e, de repente, você terá de pagar um pouco mais para ver o seu time jogar. Minha dúvida é se vai valer a pena.