O nordeste da Bahia vai ganhar o primeiro complexo eólico da região, que ficará localizado nos municípios de Tucano, Araci e Biritinga. A estimativa é que a AES Tietê invista R$ 1,3 bilhão na primeira fase de construção dos parques, que terão capacidade instalada de 322 Megawatts (MW).
Estima-se que todas as etapas da obra gerem até 500 empregos, aproveitando em parte a mão de obra local.
Além do pioneirismo na região, de acordo com a empresa, o parque terá as maiores turbinas já instaladas no país em potência e tamanho. O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), tem apoiado institucionalmente a implantação do empreendimento.
“A Bahia já se consolidou como a terra dos bons ventos. Saber que passaremos a produzir energia a partir da fonte eólica onde até então nem poderíamos imaginar que seria possível, é uma grata surpresa. Teremos novos municípios beneficiados pela força das energias renováveis. A SDE desempenha um papel de articulador com objetivo de melhorar os processos autorizativos que impactam no prazo e até na viabilidade dos empreendimentos eólicos”, afirma o vice-governador João Leão, secretário da pasta.
Segundo a AES Tietê, a primeira etapa das obras do Complexo Eólico Tucano será composta por 52 turbinas, que serão fornecidas pela Siemens Gamesa, cuja unidade produtiva fica no município de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
As turbinas serão instaladas em torres de aço de 115 metros de altura e terão pás de mais de 80 metros de comprimento, formando uma circunferência de 170 metros de diâmetro.
A estimativa é que as obras da primeira fase sejam iniciadas a partir de outubro, após parecer do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e emissão das licenças ambientais emitidas pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
Diagnóstico social
A segunda fase do projeto, embora ainda sem prazo para o início nem estimativa de custos, terá capacidade instalada de 258 MW, totalizando 580 MW em todo o parque.
A AES Tietê iniciou um trabalho de diagnóstico social da região para identificar as potencialidades da comunidade e os desafios locais. Com esses dados, a companhia planejará iniciativas de desenvolvimento social a serem implementadas nos municípios do entorno do complexo eólico, alinhadas com as diretrizes de Sustentabilidade e de Investimento Social Privado.
“Estamos ansiosos para iniciar a construção do Parque Eólico de Tucano, que abrirá uma nova fronteira para a geração eólica na Bahia e contribuirá para o desenvolvimento socioeconômico da região”, destaca o diretor de Engenharia e Construção da AES Tietê, Rodrigo D’Elia.
Alto Sertão II
A AES Tietê é responsável pela operação do Complexo Eólico Alto Sertão II, localizado nas cidades de Caetité, Guanambi, Igaporã e Pindaí, também na Bahia. No local, a empresa emprega nove colaboradores e outros 70 prestadores de serviço.
Os parques, com 230 torres eólicas, têm capacidade instalada para gerar 386,1 MW de energia, contratada por 20 anos, por meio do leilão de energia de reserva e leilão de energia nova realizados em 2010 e 2011, cujos contratos expiram em 2033 e 2035, respectivamente.
Energia eólica na Bahia
De acordo com o Informe de Energia Eólica da SDE, a Bahia liderou nacionalmente, com 32,4%, a geração de energia eólica no primeiro semestre de 2020. No mesmo período, a fonte produzida pelos ventos foi responsável por 48,2% da matriz de geração do estado. Os 172 parques em operação, espalhados por 20 municípios, têm 4,2 Gigawatts (GW) de capacidade instalada.
Desde 2012, o montante investido nos parques em atividade ultrapassa os R$ 16,5 bilhões e foram gerados mais de 45,9 mil empregos diretos na fase de construção desses parques. Os 123 novos parques contratados, que entram em operação até 2025, terão capacidade instalada de 3,5 GW e vão gerar 53 mil empregos. A previsão é que, juntos, possam injetar R$ 13,2 bilhões em investimentos no estado.
Sobre a AES Tietê
A AES Tietê atua como uma plataforma integrada de energia renovável com soluções customizadas de acordo com a necessidade de seus clientes. Está entre as maiores companhias privadas de geração do Brasil, atuando no país há 20 anos. O Centro de Operações de Geração de Energia (COGE), localizado em Bauru (SP), é o mais tecnológico do país e opera remotamente todos os ativos da companhia.
No portfólio, composto por geração hídrica, solar e eólica, estão nove usinas hidrelétricas e três pequenas centrais hidrelétricas, dois Complexos Solares, Guaimbê e Ouroeste, em São Paulo, além do Complexo Eólico Alto Sertão II, na Bahia. Recentemente, a companhia anunciou investimento na construção do Complexo Eólico Tucano, também na Bahia.