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Pandemia: Que tipo de negócio deveria ficar aberto?

Um estudo do MIT, nos EUA, tenta responder a essa pergunta e dar pistas para gestores públicos

Foto: Roberto Parizotti/FotosPublicas
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Alguns estados do Brasil começam ou já iniciaram a retomada do comércio e de outros setores

Durante grande parte da quarentena, alguns serviços considerados essenciais puderam permanecer operando. 

Foi o caso dos supermercados. Agora, muitos países e alguns estados do Brasil começam ou já iniciaram a retomada?do comércio e de outros setores.

Em termos de saúde e de economia, o que compensa ficar fechado ou aberto em uma pandemia ou em uma eventual segunda onda?do problema?

Um estudo do Massachussets Institute of Tecnology(MIT), nos Estados Unidos,tenta dar respostas a essa questão.

Para isso, os pesquisadores usaram uma variedade de dados sobre a atividade comercial e dos consumidores, avaliando 26 tipos de empreendimento tanto pela sua utilidade quanto pelo risco para a saúde.

Os pesquisadores analisaram dados de localização anonimizados de 47 milhões de celulares de janeiro de 2019 até março de 2020. 

Entre essas informações, estavam inclusas visitas a 6 milhões de estabelecimentos comerciais nos Estados Unidos. 

Os 26 tipos de empreendimentos respondiam por 57% das visitas – ou seja, o estudo cobriu uma grande faixa da economia. 

Ao examinarem o dado sobre a localização em um longo período, os especialistas determinaram o nível de aglomeração para todos os tipos de negócio.

Os bancos foram os que se saíram melhor na avaliação. 

Isso porque têm impacto econômico considerável e pouca gente circulando em suas instalações.
 
Afinal, muitas agências tendem a ocupar grandes espaços e as pessoas as frequentam de vez em quando, segundo Seth G.Benzell, um dos coautores da pesquisa. 

No ranking do estudo, ficaram em primeiro lugar em importância econômica e em 14º em risco para a saúde.

Por outro lado, existem tipos de comércio que geram agrupamentos, mas apresentam menor peso no quesito cifrões.

Lojas de bebidas, de bolos, sorvetes e afins, cafés e academias de ginástica são alguns deles – cafés e quiosques de sorvetes, por exemplo, ficaram em terceiro lugar no ranking dos que apresentam mais risco para a saúde e as academias, na quinta colocação.

Além da geolocalização, os pesquisadores também se detiveram em informações do U.S Census Bureau, o equivalente ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre folha de pagamento, receita e emprego para estimar a centralidade de diferentes indústrias para a economia. 

Os empreendimentos analisados representaram 1.43 milhão de empresas, 32 milhões de colaboradores, 1.1 trilhão de dólares em folha de pagamento e 5.6 trilhões de dólares em receita. 

Além disso, foi feita uma pesquisa com 1.099 pessoas para medir a preferência do público sobre diferentes tipos de negócio. Um ponto para entender a abordagem do estudo, que foi publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Science, é que durante a pandemia as pessoas tentam limitar as saídas que levem a interações com estranhos, ao mesmo tempo em que precisam fazer algumas transações úteis e essenciais.