Turismo

Pandemia causa um prejuízo ao turismo baiano de R$ 4 milhões

O segmento foi fortemente impactado pelas medidas de isolamento social

Foto: LEIAMAISba
A hotelaria foi um dos setores mais afetados

O setor do turismo na Bahia acumulou uma perda de R$ 4,07 bilhões de reais desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março. O dado é da CNC - Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, que informou uma perda acumulada de R$ 88 bilhões no setor turístico no Brasil desde o início da pandemia até o mês de maio.

Um dos mais afetados pela crise, o segmento foi fortemente impactado pelas medidas visando à redução do ritmo de expansão da doença, como o isolamento social e o fechamento das fronteiras em diferentes países.

Os Estados do Rio de Janeiro (R$ 12,48 bilhões) e São Paulo (R$ 31,77 bilhões), principais focos da Covid-19 no Brasil, concentram mais da metade do prejuízo nacional registrado pelo turismo. Já a Bahia (R$ 4,07 bilhões) lidera o volume de perdas no Nordeste, seguida de Pernambuco (R$ 2,52 bilhões) e do Ceará (R$ 1,88 bilhões).

“É importante lembrar que o turismo foi o primeiro setor atingido pela pandemia e será o último a retornar ao normal. Para se ter uma ideia da importância do turismo para a Bahia, municípios como Mata de São João e Porto Seguro têm quase 80% do PIB creditado à atividade turística. Somente algo em torno de 5% dos hotéis do Estado encontram-se abertos e com uma ocupação pífia de 10%. Já as agências de viagens, que estão em funcionamento home office, estão apenas resolvendo problemas de remarcação e cancelamentos”, declara a coordenadora da Câmara Empresarial do Turismo da Fecomércio-BA, Avani Duran.

Desemprego

Reflexo da gravidade da crise do setor, serviços de hospedagem e alimentação – responsáveis por quase 60% do emprego no turismo nacional – foram os que mais perderam postos formais de trabalho no bimestre março-abril. No turismo, historicamente, para cada retração mensal de 10% no volume de receitas, há uma destruição potencial de 97,3 mil postos de trabalho em até três meses. Assim, considerando a atual perda na capacidade de geração de receitas, já há um potencial de eliminação de 727,8 mil postos de trabalho no setor até o final de junho, no País.

A confirmação desse potencial pode ser através dos dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Somente os subsetores de alojamento e alimentação fora do domicílio, responsáveis por mais da metade (57%) da ocupação no Turismo, eliminaram 211,7 mil postos formais de trabalho nos meses de março e abril, no Brasil, acumulando no bimestre uma retração de sua força laboral celetista de 11,08%.

Observada a manutenção das perdas também no mês de maio, somente nestes segmentos, o primeiro trimestre da pandemia pode ter eliminado aproximadamente 350 mil empregos forma

As ações já adotadas pelo Governo Federal na forma de Medidas Provisórias voltadas para a preservação do emprego permitem reduzir o impacto decorrente da queda expressiva do nível de atividade do setor; entretanto, ainda não é possível detectar quando se dará a inflexão da atual tendência de perdas nas atividades que compõem o Turismo nacional.

Mesmo em outras regiões do mundo que já contam com o relaxamento da quarentena, nota-se uma inércia mais acentuada no processo de recuperação do Turismo em relação a outras atividades econômicas. Tal constatação aponta para a necessidade da adoção de medidas econômicas mais audaciosas voltadas especificamente para o setor por parte dos formuladores de políticas públicas de modo a minimizar os efeitos nocivos da recessão sobre os níveis de empregos, bem como sobre a capacidade de arrecadação tributária por parte do setor.