JB Cardoso

Câmara de Vereadores de Feira aprova lei homofóbica

O Projeto de Lei de nº 001/2020 é de autoria do vereador Edvaldo Lima (MDB)

Estamos já entrando na terceira década do Século XXI, mas alguns acontecimentos parecem nos levar de volta à Idade Média, ou à Inquisição. Um exemplo é o Projeto de Lei de nº 001/2020, de autoria do vereador Edvaldo Lima (MDB), que proíbe nas cerimônias de casamento coletivo, organizadas pela Prefeitura ou qualquer órgão da administração pública municipal, a união de pessoas do mesmo sexo nos templos religiosos.

Ou seja, quando a Prefeitura, ou outro órgão público municipal, fizer o financiamento dos chamados casamentos coletivos, que atende pessoas de baixa renda que pretendem oficializar sua união, não poderá contar com o enlace matrimonial entre pessoas do mesmo sexo.

A opinião do autor não me surpreende. Edvaldo já foi chamado até pela OEA (Organização dos Estados Americanos) para se explicar por suas declarações homofóbicas. Mas, e os demais vereadores? Por que concordam com estes posicionamentos retrógrados?

Na sessão que aprovou o PL, apenas Roberto Tourinho (PSB) votou contrário à matéria. Já os vereadores Carlito do Peixe (DEM), João Bililiu (PSD), Luiz da Feira (PROS), Zé Filé (PSD) e Gilmar Amorim (MDB) se abstiveram da votação. Uma abstenção que mostra a covardia em se posicionar diante de algo tão abjeto.

Edvaldo Lima se intitula o “vereador da família” e praticamente coloca a Bíblia sobre a Constituição Federal. Seguidamente ignora o estado laico, defendendo teses de acordo com sua orientação religiosa. Não por acaso, um grafite em uma parede de Feira de Santana resume bem a atuação deste tipo de parlamentar: “Por causa da bancada evangélica, o Brasil está do jeito que o diabo gosta”.

Esta é a minha opinião!