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Covid-19: Na Espanha, pista de patinação no gelo é usada para conservar cadáveres

A pista fica próxima a um centro de convenções transformado em hospital

O número de mortos pelo coronavírus na Espanha está levando o caos ao setor funerário. Até esta terça-feira (24)  foram registrados quase 40 mil infectados, a maioria dos casos está na capital,  Madrid.  

De acordo com o jornal Estado de Minas, as autoridades espanholas estão preocupadas em conseguir manter a organização nos necrotérios do país. O governo proibiu a conservação de cadáveres que não seja por refrigeração, sendo vedado o embalsamento, ao menos até o próximo mês.

A prefeitura de Madri revelou que a companhia funerária municipal já não tem mais a capacidade de receber cadáveres porque não possui equipamento de proteção para seu pessoal.

Para ajudar a aliviar a situação nos necrotérios, a empresa que administra o Palácio de Gelo, pista de patinação de Madri, ofereceu as suas instalações para abrigar os corpos dos mortos pela covid-19.

A pista de patinação no gelo fica perto do Ifema, um centro de convenções transformado em hospital de campanha com 1.500 leitos e que pode receber 5.500 pessoas.

Segundo o jornal, as autoridades decidiram pelo Palácio de Gelo porque "tem o frio necessário para a manutenção dos cadáveres”. Os corpos serão colocados em superfície técnica de material polimérico com cerca de 2cm a 3cm de espessura, que será instalada na pista de gelo, para evitar o contato direto do corpo com o gelo. Os mortos serão devidamente identificados para evitar possíveis confusões. A entrada e saída de caixões será feita através de um único acesso, direto à pista de gelo”, informam as autoridades em relatório.

Além da pista de patinação, a Companhia Municipal de Serviços Funerários reforçou o serviço de crematório com mais pessoal para que os quatro fornos de cremação estejam funcionando ininterruptamente.

O Estado de Minas relata que fontes do Palácio de Gelo revelaram que a funerária não encerrará o resto de suas atividades e que vai continuar a cremar ou enterrar vítimas de coronavírus se forem enviadas por outras empresas de funerárias – privadas ou de outros municípios – em um caixão fechado.