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Atriz de 'Game of Thrones' faz residência em Salvador

Seis residentes chegam neste final de janeiro à capital baiana

Foto: Andreas Dauerer/Divulgação
Sibel Kekilli fez a personagem Shae, na série da HBO

A temporada de 2020 do Programa de Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut Salvador-Bahia vai começar.

Seis residentes chegam neste final de janeiro à capital baiana para, durante dois meses, vivenciar a rotina da cidade, interagir com suas práticas e agentes culturais, sendo instalados em apartamentos construídos no último andar da sede do instituto, contando com toda sua estrutura física e articulações locais.

O grupo é formado pelo escritor e fotógrafo Andreas Dauerer (Alemanha), pelo artista visual António Ole (Angola), pelo DJ Daniel Haaksman (Alemanha), pelo músico e artista interdisciplinar João Renato Orecchia Zúñiga (África do Sul), pela artista visual e cênica Lindiwe Matshikiza (África do Sul) e pela atriz Sibel Kekilli (Alemanha).

Oficialmente inaugurada em novembro de 2016, a Vila Sul é a terceira residência artística no âmbito geral das 159 unidades do Goethe-Institut existentes no planeta, e primeira e única da rede no “sul global”, abaixo da Linha do Equador.

A sua proposta é fortalecer interlocuções entre o Brasil e demais países do hemisfério Sul a partir da presença de artistas de todo o mundo, genuinamente interessados em perspectivas sociopolíticas e culturais desta metade do planeta. Entre 2016 e 2019, 81 artistas e agentes culturais já experimentaram esta oportunidade.

Sibel Kekilli é uma atriz premiada. Sua estreia no cinema, no filme “Gegen die Wand” (2004), ganhou vários prêmios nacionais e internacionais, incluindo o Prêmio Alemão de Cinema para Melhor Atriz e o de Melhor Atriz no Festival Internacional de Cinema de Santa Bárbara. Isto foi seguido por outras produções, como “Winterreise”, “Eve Dönüs” e a série de televisão “Gier”.

Por seu papel no filme “Die Fremde”, Kekilli foi homenageada como melhor atriz, pela segunda vez, com o German Film Award e no Tribeca Film Festival em Nova Iorque. “Die Fremde” é também uma contribuição alemã para uma das cobiçadas indicações ao Oscar, na categoria Melhor Filme em Língua Estrangeira.

Além de outros papéis no cinema, como a comédia de sucesso “What a Man” (2011), Sibel foi a detetive no “Tatort” de Kiel, de 2010 a 2017, e alcançou fama mundial através de seu papel como Shae na série de sucesso da HBO “Game of Thrones”.

Shae
A personagem Shae

Além de atuar, Sibel Kekilli está comprometida com os direitos das mulheres. Ela foi embaixadora da Terre des Femmes por muitos anos e recebeu a Cruz de Mérito Federal 2017 por sua luta por direitos iguais para meninas e mulheres.

Ela também apoia a organização de ajuda Papatya, onde atua como patrocinadora da consultoria online Sibel, e é membro fundador da rede de mulheres UNIDAS, com o objetivo de fortalecer os direitos das mulheres entre a América Latina, o Caribe e a Alemanha.

Depois de estudar Ciências Culturais e da Mídia em Düsseldorf, Andreas Dauerer completou sua formação jornalística em Munique. Desde 2008, trabalha como autor e fotógrafo freelancer para várias revistas, jornais e meios de comunicação online, principalmente nas áreas de viagens e cultura, mas não só. Ele também projeta e administra vários projetos na web.

Dauerer é membro da Associação de Escritores de Hamburgo, no decurso da qual organizou várias leituras no cenário cultural local. A sua paixão, porém, está cada vez mais focada na fotografia. Desde 2018, alguns dos seus trabalhos estão expostos na galeria Roschlaub, em Hamburgo.

António Ole estudou Cultura e Cinema Afro-americanos na Universidade da Califórnia e Cinema no Center for Advanced Film and Television Studies, American Film Institute, em Los Angeles. No final dos anos 1970, trabalhou na Televisão Nacional e produziu vários documentários. É distinguido por suas fotografias, documentários e instalações multimídia de grande escala.

Nesses diferentes formatos e mídias, ele explora as texturas da vida em locais urbanos marginais e histórias (pós)coloniais. Expõe internacionalmente há mais de 40 anos.

Como DJ e produtor, e como chefe do Man Recordings, Daniel Haaksman considera que, “para a indústria da música, este é o pior momento possível. Mas para novas músicas, é o melhor momento possível. Com a internet, tudo está circulando”. Ele não conhece fronteiras ou limites, regozijando-se com o fluxo livre da criatividade enquanto absorve todos os ritmos e sombras deste planeta de som nas suas produções.

Tem um ouvido especialmente aguçado quando se trata da África ou do Brasil e é um artista que nunca negligencia o poder de uma melodia forte quando se trata de saciar uma pista de dança esfomeada. Cheio de sabor e 100% comprovado, um set de Haaksman não faz prisioneiros, nem deixa uma única pessoa imóvel.

Através da experimentação e da improvisação, João Renato Orecchia Zúñiga explora as capacidades de conexão do som, tanto das suas propriedades físicas quanto das propriedades pré-conscientes. Assim, procura um equilíbrio entre as tecnologias digitais e analógicas e os sons do mundo real, como a voz humana, as gravações de sons do ambiente e os instrumentos musicais tradicionais.

A trajetória de Orecchia como músico autodidata está na performance e composição improvisada para videoarte, cinema e teatro. A sua prática estende-se à performance e intervenção pública e o seu mestrado em Artes Digitais, recentemente concluído, trouxe uma mudança para uma abordagem mais espacial e física da composição, onde o som, a vibração, o espaço, a música e o público se ligam em experiência.

Orecchia lançou vários discos e recebeu o South African Film & Television Award por design de som.

Lindiwe Matshikiza é uma artista com formação em criação teatral. Trabalha como autora, performer e realizadora em vários contextos, tais como projetos de artes visuais, performances públicas, peças de teatro, cinema e outras mídias. Sua abordagem é predominantemente colaborativa, exploratória, processual e interdisciplinar, e seus projetos muitas vezes assumem mais de uma forma ao longo do tempo.

Lindiwe é cofundadora e codiretora da Mother Box: Organização para a Cooperação nas Artes, uma organização sem fins lucrativos, artisticamente liderada, que lida com pesquisas e processos artísticos com o objetivo de articulá-los em uma linguagem que incorpore os seus próprios processos.