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Ano novo, país novo: saiba como estudar e trabalhar fora

O primeiro semestre de 2020 pode dar espaço para uma experiência de grande importância para o seu currículo

Foto: Divulgação
Passaporte em cima da mala de viagem
O primeiro semestre de 2020 pode dar espaço para uma experiência de grande importância para o seu currículo

O ano de 2020 chegou e, com ele, a vontade de fazer algo diferente do ano passado aumenta em algumas pessoas. Entre os estudantes, muitas vezes a meta é conseguir fazer um intercâmbio e ganhar experiências fora do Brasil. Seja para estudar, trabalhar ou até mesmo unir as duas coisas, passar uma temporada no exterior é um sonho para muitos jovens. Mas para isso é necessário se programar com, pelo menos, três meses de antecedência. Pensando nisso, conversamos com duas representantes de empresas de intercâmbio do Recife, capital de Pernambuco, para saber um pouco mais sobre as opções e processos para quem quer adquirir esse aprendizado. 

Marina Motta, diretora de intercâmbio da Student Travel Bureau - STB, explica que, além dos cursos de férias, os estudantes também podem aproveitar essa estadia fora do Brasil para trabalhar de forma temporária. “Os alunos que estão na faculdade, que já tem um inglês intermediário ou avançado, e uma faixa-etária entre 18 e 28 anos, eles podem fazer experiências de três meses trabalhando em estações de ski, restaurantes, hotéis ou parques temáticos, ficando acomodados, normalmente, no alojamento dos funcionários, e trabalhando de forma legal, temporariamente, com remuneração”, afirma. 

Segundo Marina, outra opção para os jovens é trabalhar de forma voluntária. “Um terceiro segmento são os programas de voluntários; têm opções a partir de um mês, e de até menos, duas semanas, na Ásia, nos Estados Unidos, onde eles podem fazer seja voluntário prestando serviço social, como pode fazer um estágio na área deles”, explica. 

Marina também destaca o país mais procurado por aqueles que querem viver essa experiência de trabalho temporário fora do Brasil. “As pessoas, normalmente, buscam muito os Estados Unidos, porque lá já tem sido regulamentado essas opções de programa de trabalho temporário, e pelo fato de ter o idioma inglês, que é o que as pessoas querem praticar ou já estudam aqui”.

Entre os programas disponibilizados pela STB, existe a opção de estudar e trabalhar nos Estados Unidos, onde as vagas podem ser voltadas para marketing, relações públicas, arquitetura, moda, hospitalidade, artes e tecnologia da informação. Para poder participar desse programa de estágio, que não é remunerado, além de ter o visto de estudante, o aluno precisará ter concluído com sucesso um dos cursos oferecidos pelo STB em parceria com a escola Rennert nos Estados Unidos. Além disso, é preciso ter cursado, pelo menos, quatro semanas de aula. Esse estágio deve acontecer durante o “grace period”, período de 60 dias nos quais o estudante pode permanecer nos EUA após o término do curso.

Outra opção para estudantes que querem trabalhar e estudar nos Estados Unidos são as extensões universitárias ou pós-graduações, oferecidas nas Universidades da Califórnia. Além de poderem estagiar durante o programa, após concluir pelo menos um ano letivo na UC os alunos estrangeiros podem aplicar para o OPT – benefício do visto de estudante americano para alunos estrangeiros que dá autorização para trabalhar por 12 meses após a conclusão do curso. Esta já possui uma remuneração de, em média, USD 15,00 por hora.

Ida Carla, Bacharel em Turismo e Coordenadora de Marketing no Time Brazil da SOS Stu-view Canadá, explica como se dá o processo para quem quer trabalhar e estudar no país, especificamente. “É necessário ingressar em um college (Faculdade), mas para isso já precisa ter uma boa base de inglês, mais para o avançado. Desde 2014, o governo canadense cancelou o programa de estudo de inglês mais permissão de trabalho”.

“Hoje em dia só recebe a permissão de trabalho quem vai para um college público/privado. Podendo trabalhar 20 horas semanais enquanto está nos períodos das aulas e 40 horas semanais durantes as férias do college”, completa.

A especialista detalha a diferença entre os programas públicos e pagos oferecidos pela SOS. “O público são colleges credenciados pelo governo Canadense, no qual oferecerá ao estudante o visto de trabalho após formado (PGWP - Post Graduate Work Permit). Essa é a opção ideal para quem pensa em imigrar de vez no Canadá. Esse visto pode ter validade de até três anos após a formatura do aluno. Após isso, o formando terá algumas opções de imigração conforme o governo canadense oferece”.

“Ainda sobre o college público, ele exigirá um teste de proficiência (IELTS ou TOFEL, por exemplo) e tende a ser mais caro que o college privado. A maioria dos alunos opta pelos programas de diploma, pois tem duração de 2 anos de curso”, continua.

“Já o college privado ele não exige um teste de proficiência, pode aceitar mas nem todos precisam. A maioria deles tem um teste de nivelamento interno no qual o aluno pode fazer e dependendo do nível o aluno pode optar pelo curso dentro do que está selecionado de acordo com o nível de inglês dele”, afirma Ida.

“Os preços tendem a ser mais em conta e a duração dos cursos tendem a ser inferior a dois anos. Pode trabalhar no mesmo padrão que o college público. Porém, o college privado não oferece visto de trabalho para o aluno após a conclusão do curso. Logo, o aluno tem duas opções: ou retorno ao seu país de origem ou renovar o visto e tentar aplicar para um college público se a intenção for imigrar”, finaliza. 

A Coordenadora de Marketing também alerta os estudantes para um detalhe importante: o tempo. “Nós sempre aconselhamos ao aluno aplicar para um curso com bastante tempo de antecedência. Primeiro porque as vagas são preenchidas muito rápido e segundo porque existe toda parte burocrática de aplicação de visto de estudo (que pode demorar em média oito semanas) mais a compra da passagem”.

“É importante observar também os inícios das turmas, pois existem meses específicos do ano que abrem turmas novas. Alguns cursos abrem uma vez por ano, por isso a necessidade da programação com antecedência. Outros cursos abrem turmas três vezes ao ano, como o de Business, por exemplo”, encerra.