JB Cardoso

Vereador é intimado pela OEA por declarações homofóbicas

A Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou o vereador de Feira de Santana, Edvaldo Lima (PP), a se explicar por declarações homofóbicas emitidas ao longo do mandato. A intimação foi feita através da Procuradoria Geral da União (PGU). Uma das vezes que as declarações do parlamentar mais chamaram a atenção foi em março deste ano, quando Lima criticou a contratação de Daniela Mercury para a Micareta, dizendo que a cantora “invoca demônios” e faz “apologia ao homossexualismo”.

Na ocasião Edvaldo declarou à imprensa que Daniela “desrespeita os bons costumes da sociedade e fere a lei estadual antibaixaria”. Para finalizar, o pepista esbravejou: “Quem quiser ter sua vida sexual do jeito que quiser, faça escondido, dentro de um buraco, de uma parede, agora diante da população? Não podemos mais aceitar isso”

Um dos “orgulhos” do edil é ter aprovado na Casa da Cidadania um projeto que reconhece a Bíblia como um bem imaterial e cultural de Feira de Santana. Outra luta do vereador é colocar em votação um projeto que institui a “Escola Sem Partido” em Feira de Santana. Até o momento o projeto teve parecer desfavorável do Jurídico da Câmara.

“Democracia”

Segurando a Constituição Brasileira e a Bíblia Sagrada, o vereador Edvaldo Lima subiu à tribuna da Casa da Cidadania, na sessão do último dia 20, para se defender da convocação feita pela Organização dos Estados Americanos (OEA), a qual solicitou explicações sobre o seu mandato, através da Procuradoria Geral da União.

Em sua defesa, Lima declarou que sua vida política é pautada na busca pela garantia dos direitos da família tradicional brasileira. Ele também frisou que a liberdade de expressão é um direito garantido pela Constituição de 1988. “Esse é um direito sagrado. A liberdade de expressão funciona como um verdadeiro termômetro do estado democrático”, disse.

Emocionado, o edil lembrou que, durante sua caminhada, foi escolhido pelos feirenses por ser um homem íntegro que sempre esteve ao lado da honestidade. “Por oito anos tenho feito nesta Casa inúmeras defesas em favor da criança, do adolescente, da família, da ética e da moral. Inclusive me orgulho de ter conseguido barrar a distribuição da cartilha gay e a implantação da ideologia de gênero, até porquê meus valores são inegociáveis. Durante esse tempo fui ameaçado de morte e, mesmo assim, não voltei atrás com os meus ideais”, afirmou.

Referenciando o jurista brasileiro, Rui Barbosa, o parlamentar ressaltou que a divergência de ideias e o direito de expressar opinião não podem ser restringidos, para que a verdadeira democracia possa ser vivenciada.

Ao concluir, o vereador julgou o processo movido contra ele inconstitucional e exigiu que sua imunidade parlamentar seja respeitada. “Eu sou um vereador eleito pelo voto popular. Possuo minhas prerrogativas e as reivindico”, protestou. Ele também agradeceu o apoio da comunidade evangélica, a imprensa, os amigos e a família. “Gostaria de agradecer a todos que estão ao meu lado, nos momentos de alegria e sobretudo nos momentos de perseguição”, finalizou.