JB Cardoso

Troca de cartas entre alunos mostra o poder da palavra escrita


Antes de se encontrarem pessoalmente, os alunos trocaram experiências através das correspondências – Foto: Divulgação

Em tempos de Internet e WhatsApp, escrever cartas é considerado um hábito do século passado. Mas ainda há quem acredite que contar os acontecimentos escrevendo à mão num papel pode ser educativo. Com este pensamento, a professora Vanuzia Batista Santos, da área de Linguagens das turmas de 6º ano da Escola Municipal Chico Mendes, do bairro Campo Limpo, orientou seus alunos a trocarem correspondências com os colegas da Escola Municipal Cipriano Soares de Lima, localizada no povoado Lagoa da Caiçara, de Serra Preta. No último sábado, 9, os alunos se encontraram durante a culminância do projeto, que aconteceu na Escola Chico Mendes.

O projeto, intitulado “Cartas e e-mails: encurtando distâncias”, visa apresentar aos alunos outros recursos da comunicação. “Eles cresceram com a tecnologia, então só conhecem os recursos do meio eletrônico”, contextualiza a professora Vanuzia. “O gênero textual carta, nos dias atuais, não é tão difundido, mas a escola pode oportunizar o uso deste recurso, que também acaba promovendo o encontro entre pessoas, incentiva a escrita e a contação de histórias”, argumenta a educadora. Na avaliação dela, o projeto resgata o gênero e deu a chance aos alunos de conhecerem outros estudantes da mesma faixa etária, criando o vínculo de amizade.

Durante dois meses, os alunos trocaram experiências através das correspondências, tiveram a chance de escrever, de conhecer o outro e ainda novas realidades ao trocar informações com os colegas da outra cidade. “Além do mais, ao conhecer a carta, eles perceberam que a comunicação social é bem mais ampla. Que o contato virtual e as ferramentas digitais ou eletrônicas são apenas uma tipologia da comunicação, no caso, a mais modernas”, avalia.

Para a gestora da Escola Municipal Chico Mendes, Laís Alcântara, iniciativas como esta valorizam o estudante e o papel da escola pública, “que torna-se ainda mais plural e atualizada”.