Turismo

Turismo gera US$ 5 bilhões de receitas no mundo todos os dias

O maior crescimento aconteceu no Oriente Médio

Foto: pxhere/Creative Commons
Avião
O turismo representa agora 7% das exportações globais

Em todo o mundo, as chegadas de turistas internacionais cresceram 4% nos primeiros seis meses de 2019, em comparação com o ano passado, de acordo com o último Barômetro da Organização Mundial do Turismo, OMT.

Entre janeiro e junho, foram registradas 671 milhões de chegadas de turistas internacionais, quase mais 30 milhões do que no mesmo período de 2018.

O maior crescimento aconteceu no Oriente Médio, com 8%, seguido da Ásia e Pacífico, 6%. As chegadas na Europa cresceram 4%, na África 3% e nas Américas 2%.

Sobre os gastos dos turistas, a OMT diz que os gastos dos brasileiros caíram 5% e no México caíram 13%. Segundo a agência, isso “reflete parcialmente a maior situação das duas maiores economias da América Latina.”

Os turistas chineses continuam sendo os que gastam mais, seguidos dos americanos. Na Europa, países como Franca, Itália, Reino Unido e Alemanha tiveram crescimento nas suas despesas. A Rússia teve um declínio de 4%, após dois anos de forte recuperação.

Segundo a publicação Destaques do Turismo Internacional da OMT, as receitas de exportação geradas pelo turismo cresceram para US$ 1,7 trilhão em 2018, um aumento de 4% comparado com o ano anterior. Esse valor representa US$ 5 bilhões de receitas todos os dias.

O ano passado foi o nono ano consecutivo de crescimento. O turismo representa agora 7% das exportações globais, crescendo a uma taxa mais rápida do que as exportações de mercadorias nos últimos sete anos.

Entre os 10 principais destinos mundiais, a França continua sendo a principal escolha de turistas internacionais. Já em relação a receitas, os Estados Unidos lideram.

Em nota, o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, disse que esses dados "demonstram a força e o potencial do setor de turismo."

Segundo ele, "esses resultados foram impulsionados por um ambiente econômico favorável, uma classe média em crescimento nas economias emergentes, novos modelos de negócios, aumento da capacidade aérea e facilitação de vistos."

O relatório mostra que a parcela da população que precisa de visto para viajar caiu de 75% em 1980 para 53% em 2018. Quatro em cada cinco turistas visitam sua própria região.

Empregos no Brasil

Mais de 7 milhões de empregos e cerca de 8% do PIB vêm do turismo no Brasil. Nos sete primeiros meses de 2019, segundo dados do IBGE, atividades do setor registram alta de 3,2% e geraram 5,8% a mais de postos de trabalho em julho no país.

Segundo a presidente da ABAV Nacional (Associação Brasileira das Agências de Viagens), Magda Nassar, as 2.300 entidades ligadas ao grupo faturaram R$ 31 bilhões em 2018. Além disso, cerca de 85% de todas as vendas de produtos e serviços turísticos foram realizadas por agências de viagens.

“Tenho muito orgulho de ser uma agente de viagens e fazer parte de um segmento como o turismo, que gera 319 milhões de empregos e US$ 8,8 trilhões para a economia mundial. Nossa indústria merece mais atenção”, disse a presidente.

As cinco regiões estão otimistas em relação a criação de emprego para o próximo semestre. Segundo os últimos dados, o Norte lidera entre os empreendedores que pretendem contratar mais funcionários (35,1%), seguido do Centro-Oeste (28,1%), Sul (22,2%), Sudeste (21,7%) e Nordeste (19%)

Dados de julho de 2019 revelam que houve aumento da perspectiva dos empresários das cinco regiões em comparação com a apuração feita para o segundo semestre do ano passado. A intenção de gerar mais empregos no setor hoteleiro cresceu 130,9% na região Norte, 48,6% no Centro-Oeste, 41,4% no Sul, 20,5% no Sudeste e 0,6% no Nordeste.

Em relação à intenção de investir no setor de hotelaria nos próximos seis meses, a pesquisa mostra que a região Norte e a Centro-Oeste são as mais confiantes: 79,8% dos donos de hotéis das duas regiões afirmaram que pretendem investir em seus negócios. Na região Sul, 71,2% responderam positivamente, no Nordeste 70,1% e, no Sudeste, 55,7%.

Novo aeroporto

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse que o novo Aeroporto Internacional de Florianópolis tem potencial à altura da cidade e também de Santa Catarina. O terminal, inaugurado na noite de ontem (28), terá capacidade para movimentar 8 milhões de passageiros por ano, contra quatro milhões do antigo aeroporto, que será fechado.

“Acho que o usuário vai gostar muito do que está sendo entregue. No fim das contas é um equipamento à altura do potencial de Florianópolis e Santa Catarina. Estamos multiplicando por quatro a capacidade do aeroporto e com certeza isso vai atrair mais gente pra cá, vai permitir maior operação de pousos e decolagens, vamos poder aumentar a oferta de voos para Santa Catarina”, disse o ministro durante a cerimônia de inauguração.

Administrado pelo grupo suíço Zurich Aiport, o novo terminal começa a operar no dia 1º de outubro, com o primeiro voo programado para sair às 4h. Na obra,  foram investidos R$ 570 milhões. São 13 portões de embarque e 10 fingers (pontes de embarque), sendo dois com espaço para receber aeronaves de grande porte, usadas em voos intercontinentais, como o Airbus A380 e o Boeing 747.

De acordo com o diretor da Floripa Airport, braço do grupo suíço que vai administrar o aeroporto, Tobias Markert, a nova administração está trabalhando para a implantação deste tipo de voo internacional. Na semana passada, a empresa argentina Flybondi anunciou que vai operar voos entre Buenos Aires e Florianópolis a partir de dezembro.

“É uma oportunidade para atrair também voos internacionais de longa distância e Florianópolis já tem potencial para fazer isso e o aeroporto antigo limitava isso. Agora, temos condições de trabalhar para fazer disso uma realidade”, disse Market. "Agora estamos aptos a operar uma aeronave da TAP [empresa aérea de Portugal], por exemplo", acrescentou.

Segundo Market, a construção do aeroporto trouxe como proposta transformar o espaço em um lugar de encontro, onde as pessoas optem por permanecer mais tempo. Por isso, além das áreas de embarque e desembarque, também foi construído um espaço externo, batizado de Boulevard 14/32, com área de alimentação, serviços e entretenimento, o que deve abrigar uma agenda de eventos com shows e exposições. O aeroporto conta ainda com um terraço panorâmico, permitindo a visão dos pousos e decolagens.

"A ideia é essa: a gente quer transformar este terminal em um place to be [local para estar]. A gente quer atrair o público que não é passageiro, o público em geral", disse.

Com a inauguração do novo terminal, o antigo será desativado, mantendo apenas, por enquanto, as operações de carga. A nova administração ainda estuda o que fazer com as instalações antigas.

"Não temos uma definição por não ter tido tempo de olhar e de estudar e agora, depois da inauguração, teremos tempo de olhar isso com mais atenção", afirmou.

De acordo com o executivo, a Zurich Airport, que também administra no Brasil os aeroportos de Vitória (ES) e Macaé (RJ) e tem 25% de participação no Consórcio BH Airport - administrador do Aeroporto de Confins (BH) -, tem interesse em participar de outros leilões de concessões programados pelo governo.

A próxima rodada de leilões está marcado para 2020, quando o governo deve leiloar 22 aeroportos. De acordo com Market, o grupo suíço tem interesse em participar do certame.

Uma das possibilidades é entrar na disputa dos terminais do Bloco Sul, formado pelos aeroportos de São José dos Pinhais (PR), Foz do Iguaçu (PR), Navegantes (SC), Londrina (PR), Joinville (SC), Curitiba (PR), Pelotas (RS), Uruguaiana (RS) e Bagé (RS). “Temos interesse em todas as opções [previstas] para o futuro no Brasil”, finalizou.