JB Cardoso

Feira de Santana comemora 186 anos de emancipação

Feira de Santana é "a Princesa do Sertão", como foi apelidada por Ruy Barbosa, em 1919


Cidade é importante polo regional – Foto: Divulgação/Prefeitura de Feira de Santana

Feira de Santana comemorou na quarta-feira, 18 de setembro, 186 anos de emancipação política. A data foi marcada por uma programação especial durante todo o dia.

Às 7h foi realizada uma missa festiva na Catedral Metropolitana de Senhora Santana, com a presença do prefeito Colbert Martins Filho e demais autoridades municipais.

Logo em seguida, a Fanfarra Municipal de Humildes (FANMUH), a Fanfarra do Distrito de Jaíba (FANDJ) e a Fanfarra Amor por Bonfim de Feira se apresentraam no estacionamento da Prefeitura. Elas representam, respectivamente, as escolas municipais Geraldo Dias de Souza, Quinze de Novembro e Álvaro Pereira Boaventura. As bandas fazem parte do programa Música na Escola, oferecido pela Secretaria de Educação.

A programação seguiu na parte da tarde, com a realização de uma sessão solene na Câmara de Vereadores, às 15h.

À noite aconteceu a entrega das medalhas da Ordem do Mérito de Feira de Santana, no Spazzio Eventos. Neste ano foram admitidos 54 novos membros, sendo três grandes comendadores, 21 comendadores e 30 oficiais. São cidadãos e cidadãs que nas suas áreas de atuações profissionais contribuíram para o engrandecimento do município. A homenagem foi presidida pelo prefeito Colbert Martins Filho.

História

Pouco se sabe da Pré-História na região de Feira de Santana. Durante o período Pré-Cabralino era habitada por índios paiaiás. A região ficou praticamente desabitada por europeus até o século XVII. Atualmente há a ruína de um engenho no distrito de Humildes, o único distrito da cidade ligado a Zona da Mata e a antiga ocupação do território brasileiro. No século XVII, por volta de 1645, o sesmeiro João Peixoto Viegas (cristão-novo) funda a Vila de São José das Itapororocas. Deste modo o povoamento da urbe original foi no Morgado dos Peixoto Viegas, na sede da paróquia de São José das Itapororocas. Ainda no século XVII são fundadas a vila de São Vicente, atual sede do distrito de Tiquaruçu, e a sede do distrito de Humildes. Por volta da década de 1820, um casal de portugueses, Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandoa fundam uma fazenda que mais tarde deu origem à cidade.

Em 1846 a sede da urbe é transferida para a Fazenda, que recebia o nome de Santana dos Olhos D'Água. Por e ali passava a estrada das boiadas, onde passava-se com o gado que deveria ser vendido em Salvador, Cachoeira e Santo Amaro. Os donos daquela fazenda eram católicos fervorosos e construíram uma capela em louvor a Nossa Senhora Santana e São Domingos. Com o movimento de vaqueiros e viajantes, formou-se uma feirinha. Quando da sua fundação no século XVIII os poucos moradores existentes saciavam sua sede com a água existente nos "Olhos D'Água", fonte localizada na fazenda dos colonizadores Portugueses e fundadores da cidade: Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandoa, e ainda nos diversos minadouros e tanques da cidade. Afirma-se que o grande propulsor do desenvolvimento feirense foi a atividade pecuária.

As primeiras medidas para transformar no que é hoje Feira de Santana começaram com a criação da vila em 13 de novembro de 1832. O Município e a Vila foram criados no dia 9 de maio de 1833, quando o governo elevou o então povoado a Vila, com a denominação de Villa do Arraial de Feira de Sant’Anna, com o território desmembrado de Cachoeira, constituídas pelas freguesias de São José das Itapororocas (sede), Sagrado Coração de Jesus do Perdão e Santana do Camisão, atual município de Ipirá.

A Lei provincial nº 1.320, de 18 de setembro de 1873, elevou a vila à categoria de cidade, como o nome de Cidade Comercial de Feira de Sant'Anna. Há controvérsias quanto à data de emancipação do município. Segundo o IBGE, sua criação se deu por decreto de 13 de novembro de 1832. Para a assembleia legislativa do estado ocorreu em 13 de janeiro de 1833. Já a prefeitura oficializou a data de 9 de maio de 1833.

Feira de Santana, "a Princesa do Sertão", como foi apelidada por Ruy Barbosa, em 1919, traz, então, desde suas raízes, características que ainda hoje fazem parte de seu cotidiano: a religiosidade de seu povo, a situação de entroncamento de estradas, e as intensas atividades econômicas. Durante as décadas de 1930 e 1940, Feira de Santana passou por uma série de transformações que atuaram sobre o Município, permitindo uma modernização de caráter, a princípio, econômico, a qual repercutiu sobre as feições agrárias que possuía até então. Em abril de 1937, a cidade realizou uma das primeiras festas de Micareta do país. No ano de 1957, quando Feira de Santana já havia sido batizada definitivamente com este nome que prevalece até os dias atuais, encanou-se a água que era captada da Lagoa Grande, localizada perto do hoje conhecido bairro Santo Antônio dos Prazeres. Esse processo de desenvolvimento cultural e econômico foi ainda maior durante os anos 40, 50 e 60.

Fonte: Wikipedia