Ex-prefeito é sepultado sob grande comoção e aplausos
Será celebrada nesta quarta-feira, as 19h30m, na igreja Matriz da cidade, a missa de sétimo dia de falecimento do ex-prefeito de Ribeira do Pombal, Edvaldo Cardoso Calasans (Dadá), 64 anos, ocorrido no dia 11, no Hospital Irmã Dulce, em Salvador, fato que colocou o município em clima de tristeza. Um dos maiores líderes políticos das últimas décadas foi “derrotado” pelo câncer. O atual gestor, Ricardo Maia, decretou luto oficial de três dias. Político querido por grande parte da população pombalense, Dadá, deixou sua marca quando administrou o município no período de 1997 a 2004.
“Posso gritar alto e em bom som, para toda a Bahia ouvir, que nós construímos o hospital Santa Tereza, aqui em Ribeira do Pombal, durante meu segundo mandato consecutivo de prefeito na década de 2000. Quando assumi a prefeitura em 1997, só existiam as ruínas do prédio. O estado de Sergipe criticava a Bahia porque os pacientes desta região eram atendidos lá. Deixei o mandato em 31 de dezembro de 2004 e no dia 5 de fevereiro de 2005, o então governador Paulo Souto, inaugurou o hospital equipado de 107 leitos, com oito de UTIS, resolvendo o problema local e regional. Mas, fui impedido de falar”, desabafou Dadá na época.
Em 2006, ao sair candidato a deputado estadual pelo PDT, o ex-prefeito obteve mais de 20 mil votos nas urnas, sem fazer campanha e deu o troco ao governo do estado, que sempre ganhou em Pombal, ao apoiar o PT de Jaques Wagner que obteve 13.147 votos contra 8.655 de Paulo Souto. Natural de Mirandela, na época distrito de Pombal, Dadá fez o 2° Grau em Salvador e na década de 70, foi para Aracaju, tornando-se 3º tenente do Exercito. Casou com Marta Marcília de Melo Gomes, com quem teve três filhos, Alessandro, Breno e Vinícius Calasans.
Deixou o Exercito nos anos 90, para morar em Ribeira do Pombal. Depois em Salvador, fez graduação em Administração de Empresa. Segundo o professor Osvaldo Morais a vida política de Dadá, veio por influência do pai, Edval Calasans, popular Divá, que foi prefeito de Ribeira do Pombal e de Banzaê. O corpo de Dadá foi velado em sua residência na noite de quinta-feira (11) e na manhã dia seguinte na Câmara Municipal, de onde o cortejo seguiu pelas principais ruas da cidade acompanhada por uma multidão até o Cemitério Senhor da Ascensão, onde foi sepultado sob grande comoção e aplausos.
Prefeito de Pombal, em 1996, Dadá destacou-se profissionalizando e moralizando os serviços públicos, em especial a Educação, com uma política salarial adequada. Contratou professores graduados de Feira de Santana, incentivou a formação dos professores leigos, realizou concurso público, supriu os quadros de servidores, além de reconstruir e modernizar o Colégio Evência Brito, entre tantas outras realizações.
Notabilizou-se por ter uma personalidade dócil, não guardar mágoas, estar sempre solícito e responder a ofensa com um sorriso leal. Assim, chegou a neutralizar inúmeros ofensores. Dadá se fez ouvir e sempre será lembrado, pois sua história está marcada como a do político pombalense mais importante, observa o professor Osvaldo Morais.
O ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo classificou Dadá como “um homem de coração fantástico, uma pessoa amiga que sabia respeitar a todos, fazia política com amor e era amado pelo seu povo. Tenho muito prazer em ter sido seu amigo e seu companheiro. Vai fazer uma grande falta a política deste município”.
“Dadá era uma liderança popular e em momento algum se distanciou dos pombalenses. Dedicou sua vida a este povo. Eu estava no Rio de Janeiro quando recebi a noticia, só consegui um vôo via São Paulo, cheguei a Salvador 3h30 da manhã e estou aqui como pombalense, com o dever de prestar uma homenagem a esse amigo que deixa um legado muito grande. Um exemplo de sua luta: a construção do Hospital Santa Tereza” disse o ex-deputado federal José Carlos Aleluia.