JB Cardoso

Centro Comercial Popular gera polêmica em Feira de Santana antes de inaugurado

O Feirão de Lançamento do Shopping Popular foi alvo de debates na Casa da Cidadania


Empreendimento será o maior centro popular de compras da Bahia – Foto: Reprodução de vídeo promocional

O empreendimento da Prefeitura Municipal de Feira de Santana com o grupo Uai, da iniciativa privada, inicialmente batizado de Shopping Popular e depois renomeado para Cidade das Compras, ainda não foi inaugurado, mas vem gerando muitos debates nos meios políticos da cidade. O projeto, segundo a Prefeitura, prevê 1.800 boxes mais 30 lojas âncoras. Os boxes, todos já destinados aos camelôs da cidade, medirão entre 3m² e 5m² e o valor do aluguel será de R$ 80 por metro quadrado, mais condomínio – que ainda não foi definido.

Os espaços para as 30 lojas âncoras serão comercializados num feirão, que será realizado no próprio shopping, aberto às empresas da cidade interessadas, nesta quinta-feira, dia 13. A intenção dos organizadores é que estes espaços sejam ocupados por agências bancárias, farmácias, lotéricas, restaurantes e qualquer outro produto ou serviço que complemente a estrutura da Cidade das Compras. De acordo com os responsáveis, este será o maior centro comercial popular de todo o estado da Bahia.

Debate

O Feirão de Lançamento do Shopping Popular foi alvo de sérios debates na Casa da Cidadania. As primeiras críticas vieram do vereador José Menezes – Zé Filé (PROS), em pronunciamentos na Câmara Municipal. Segundo ele, “serão 5 mil metros para comercializar com os lojistas. Se a Prefeitura estivesse mesmo preocupada com o pobre do ambulante, esta área seria destinada a novos boxes. O espaço comportaria mais mil camelôs”, avaliou.

 “Temos que apoiar a construção do Shopping Popular preocupados com os vendedores que estão nas ruas abandonados, sofrendo. Essa foi uma iniciativa de José Ronaldo, que não fez isso preocupado com o povo, e sim com os grandes empresários. Estive com o secretário Borges Júnior e perguntei quantas lojas estariam disponíveis para os camelôs e ele me garantiu que seriam 1800 para os pequenos camelôs e 30 para servir os que mandam em Feira, que são os grandes empresários”, pontuou o vereador.

Zé Filé ainda denunciou: “Mas, agora vocês estão vendo que não são 30 lojas, serão 300. O Município está passando áreas para os grandes empresários dentro do Shopping Popular. Um pobre coitado, que está lutando para ter um espaço, não consegue porque dizem que não tem mais, mas se tivesse dinheiro já tinha conseguido”, disse. E finalizou: “Isso não é Shopping Popular é Centro Empresarial”

Já o líder da bancada governista – Marcos Lima (Patriota) – utilizou o seu tempo na tribuna para esclarecer que os 1800 vendedores ambulantes que foram cadastrados pela prefeitura terão suas vagas garantidas no empreendimento. Ele ainda completou que as 30 lojas destinadas aos grandes comerciários serão vendidas no feirão realizado na quinta-feira (13), e caso não sejam vendidas, poderão ser rateadas e destinadas aos camelôs da cidade.

Por fim, Lima ponderou que a Câmara acompanhe de perto as obras da Cidade das Compras. “Acredito que esta Casa deve formar uma Comissão Permanente para acompanhar a entrega dos boxes e, vale ressaltar, o MP está acompanhando o processo da construção do empreendimento. Tudo está acontecendo de forma transparente. Se o Shopping Popular teve a quantidade de boxes aumentada, a Prefeitura deve tomar conhecimento porque mesmo sendo uma PPP, é do Município. Acho que ainda está cedo para especular o que vai ou não acontecer. Vamos aguardar as obras serem concluídas e os ajustes serem realizados”, findou.

O vereador Roberto Tourinho (PV) sugeriu que seja realizada uma Audiência Pública que informe o processo de comercialização das lojas a fim de trazer transparência para a população da cidade. Tourinho ressaltou que a Prefeitura deverá cumprir com o número de vagas destinadas a alocar os vendedores ambulantes na extensão do empreendimento.