A Polícia Civil de Pernambuco divulgou, nesta terça-feira (16), o caso de duas irmãs adolescentes que fingiram terem sido sequestradas e mantidas em cativeiro por seis dias. De acordo com o delegado Ademir Oliveira, o falso sequestro foi planejado pela mãe e pela tia das garotas como uma forma de se vingar de um homem que teria estuprado uma das jovens dois anos atrás.
O sequestro teria ocorrido no dia 15 de agosto deste ano, no bairro de Campo Grande, Zona Norte do Recife, conforme o boletim de ocorrência realizado pela mãe e pela tia. A denúncia dizia que três homens em um carro preto levaram as irmãs para um local desconhecido.
“Chamou atenção esse fato do carro preto, é sempre um carro preto. Além disso, quando elas foram ouvidas, não tinham marcas, mesmo dizendo que ficaram amarradas. Também estavam muito tranquilas para quem passou seis dias se alimentando apenas de pão e água”, resume o delegado. Exames do Instituto de Medicina Legal (IML) também não identificaram indícios de violência nas garotas.
Durante a investigação, pessoas contaram à polícia terem visto as supostas sequestradas na região, inclusive na companhia da mãe. O namorado de uma das jovens e a sogra também contaram que no dia em que teria ocorrido o sequestro ela dormiu na casa do companheiro.
Inicialmente, foi dito à polícia que, dos três sequestradores, apenas um não estava com o rosto coberto. O tal sequestrador seria o marido da madrinha da adolescente mais jovem, que teria estuprado a garota dois anos atrás, quando ela tinha 11 anos. “A intenção era punir esse indivíduo”, explica Ademir.
O delegado também lembra que o homem foi indiciado por estupro de vulnerável e que o caso agora tramita na Justiça. Ele não foi preso preventivamente porque a denúncia foi feita mais de um ano depois do fato.
A mãe e a tia das adolescentes foram autuadas por denunciação caluniosa, que prevê até oito anos de prisão. Elas também podem responder por corrupção de menores. As jovens vão responder por ato infracional equivalente à denunciação caluniosa.