Doris Pinheiro

Um passeio pelos cheiros e cores da Feira de São Joaquim

Uma ida pelos becos e vielas da feira, em Salvador


Colares e contas são facilmente encontrados na feira - Foto: Kithi

Voltei!

Estava cuidando da implantação da Editoria de Cultura, que divido com Simone Ribeiro aqui no Leiamais.ba. Depois dê uma futucada lá...

Mas agora voltei para escrever meus textos sobre “o que der na cabeça” e é um prazer poder estar desse jeito de novo com vocês.

Hoje o que eu falo é resultado da minha ida com Kithi amiga/parceira/aluna à Feira de São Joaquim para ver de perto o que eu considero o fenômeno artístico das esculturas de Exu.

Mas também para conferir de que maneira uma pessoa apaixonada por moda como eu encontra seus caminhos dentro da feira.

Então vamos lá...

Meio vestida para a batalha da reportagem (na verdade eu não estava pensando em aparecer e estou meio desarrumada, mas vamos na fé!)  entrei e saí dos mil becos e vielas que às vezes, em São Joaquim, parecem cenário de cinema.

Lá não é assim tão óbvia a contribuição para o mundo da moda. Claro, tem toda a parte em que a cultura afro-brasileira manda muito bem, e que a gente vai ver daqui a pouco, mas afora isso, não é como em muitas feiras das cidades do interior onde tem todo um pedaço onde se vende roupas, sapatos, acessórios...

Mas quem futuca, acha... E eu me bati com Seo Jurandir Xavier, e seu brechó solidário, onde a peça mais cara custa dois reais...

Claro que me diverti demais neste encontro e com beijos e abraços no super gentil Seo Jurandir, partimos para onde sabíamos que íamos encontrar nossa riqueza fashion: as lojas onde se vende produtos para os rituais das religiões afro-brasileiras.

Tem várias lojas onde se encontra colares, contas, firmas, guias, acessórios como pulseiras, braceletes e braçadeiras, babuchas, que são os sapatos que a gente chama de mules e meu filho, quando quer me chatear, chama de chinelo, e os tecidos (parte onde enlouqueço assumidamente).

Uma linda menina baiana, Tauane, é nossa guia no box Santa Bárbara. Ela explica que as peças de tecido africano, 100% algodão, se chamam Ancará.

Os jogos de tecido para turbante e pano da costa se chamam Alaká.


Tauane, do box Santa Bárbara - Foto: Kithi

E tem as peças com os belíssimos, belíssimos mesmo tecidos africanos bordados, brocados, ricos, com brilho ou não, em muitas cores para fazer as roupas das divindades (vou comprar um destas para fazer meu vestido de Ano Novo).  

Tauane explica tudo para a gente...

O som batuque lindo na enttrevista foi presente do brilhante Giba Conceição.

Saí de lá com dois ancarás, quase compro um alaká e já de olho nos tecidos rituais.

De quebra, já que mãe e dona de casa é tarefa plantão 24 horas, fiz umas compras de frutas, verduras, farinha, castanhas, sempre batendo papo, pechinchando, conversando com meu povo, que eu gosto, gosto mesmo.

Vamos voltar, eu e Kithi, na Feira de São Joaquim em breve, mas para explorar outros aspectos como a contribuição indígena e claro, comida ! Tem um corredor onde ficam os fregueses que vendem as carnes que é impressionante. E tem as  pimentas, as outras especiarias, a própria comida vendida na feira...

A gente volta lá e leva vocês junto.