Alberto Oliveira

Previsão é de que juros voltem a subir a partir de setembro de 2019

Há pouco mais de um ano, quando a taxa básica de juros, no Brasil, era de 14,25%, o País registrava os mais altos juros reais do mundo.

Agora, com a Selic se aproximando de 6,25%, o país caiu para o sexto lugar, atrás de Turquia, Argentina, México, Rússia e Índia.

As taxas continuarão baixas até o final do 1º semestre de 2019, de acordo com projeção feita por Simone Pasianotto, economista do fundo de investimentos Reag.

Mas Pasianotto alerta que o consumidor não terá tempo de sentir esse impacto: “Ainda mais quando se trata de baixos juros bancários. O spread é muito alto no mercado brasileiro e impede que o custo do crédito seja menor para o consumidor. A taxa Selic tem uma influência direta, mas não consegue evitar isso”.

O spread bancário do país é o segundo maior do mundo (39,6%) e é sete vezes maior que a média mundial, que representa 5,47%, de acordo com o Banco Mundial.

“Existe um forte ‘colchão’, ou seja, medidas amortecendo o déficit público, que após o período eleitoral pressionará uma nova alta. Efeitos práticos serão sentidos, como o aumento nos preços administrativos e a dívida líquida do setor público que começará a subir”, analisa.

Hoje, o déficit representa 52% do PIB, em setembro será 55,9% e vai fechar o ano em 56,6%, o que torna praticamente inevitável elevar a taxa básica de juros.

O cenário até 2022, se um presidente pró-mercado for eleito, é de juros e inflação equilibrados, com o PIB per capita crescendo entre 10% e 15%, refletindo no aumento real do poder de compra e o Ibovespa com sucessivas quebras de recorde de valorização, passando dos atuais 80 mil pontos para aproximadamente 120 mil ao final do mandato do próximo presidente.

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Boa notícia

A produção aumentou e o emprego na indústria brasileira ficou estável em março.

O indicador de evolução da produção subiu para 55,2 pontos e o de emprego ficou em 49,6 pontos no mês passado, segundo a Sondagem Industrial, divulgada nesta segunda-feira, 23 de abril, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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Má notícia

Há componentes que estão comprometendo a aceleração do ritmo de crescimento da indústria, de acordo com o economista da CNI Marcelo Azevedo.

"A Sondagem mostra que as condições financeiras das empresas pioraram, os estoques estão com algum excesso e a ociosidade continua elevada", diz.  

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O freio de mão

A elevada carga tributária, com 42,6% das assinalações, foi o principal problema enfrentado pelas empresas no primeiro trimestre.

Em seguida, com 34,5% das respostas, aparece a falta de demanda interna e, em terceiro lugar, com 23,1% das menções, aparece a falta ou o alto custo da matéria-prima.

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Novo vereador

O apresentador de TV e rádio Uziel Bueno, autor do jargão "O sistema é bruto", foi empossado vereador pelo Podemos em ato solene no Salão Nobre da Câmara, em Salvador, na tarde desta segunda-feira (23/4).

Ele ocupou a cadeira do vereador Sidninho (Podemos), licenciado.